Tarefa mais importante é por fim ao governo de Bolsonaro, diz presidente da CUT
Sérgio Nobre convocou a classe trabalhadora à ocupar as ruas no dia 2 de outubro e fazer ‘uma manifestação gigantesca’ contra o governo de Bolsonaro
Publicado: 30 Setembro, 2021 - 14h47 | Última modificação: 30 Setembro, 2021 - 15h19
Escrito por: Andre Accarini
O presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, reforçou nesta quinta-feira (30) a convocação de todos os brasileiros e brasileiras para os protestos contra o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) neste sábado (2). De acordo com o dirigente, a principal tarefa de todos e todas neste dia é lotar as ruas de todas as capitais e cidades do país com a bandeira do #ForaBolsonaro.
Atos já estão confirmados em mais de 207 cidades tanto do Brasil como do exterior.
“Este sábado é dia de luta”, conclama Sérgio Nobre em um vídeo publicado nas redes sociais, onde fala sobre o caos no país, provocado pela incompetência do governo cuja conduta é de negacionismo, negligência e de políticas econômicas que beneficiam apenas as elites do país, em detrimento dos direitos de trabalhadores e trabalhadoras.
“Cada dia que Bolsonaro permanece no governo é mais miséria, mais desemprego e mais morte. E não há tarefa mais importante para nós trabalhadores do que por fim a esse governo genocida e que extermina o futuro e os sonhos da classe trabalhadora brasileira”, afirma o presidente da CUT
O povo brasileiro não quer Bolsonaro e merece ter um governo à altura da classe trabalhadora brasileira e de seus anseios
Por isso, prossegue dirigente, todas as entidades que representam os trabalhadores – centrais sindicais, confederações, federações e sindicatos - devem mobilizar suas bases a participar dos atos.
Sérgio afirma que a manifestação deve ser gigantesca para mostrar ao país e ao mundo que o povo brasileiro não quer Bolsonaro.
Pior crise da história
Os motivos para exigir o impeachment de Bolsonaro nas ruas são inúmeros. O Brasil hoje passa por uma das maiores crises da história tanto nas áreas econômica e social, quanto política e sanitária. E grande parte das razões dessas crises são as ações (e falta delas) do presidente.
O país tem cerca de 600 mil mortos por Covid-19 por causa da negligência de Bolsonaro no enfrentamento à pandemia. Durante todo esse período, o presidente desdenhou da doença, da vacina e fez propaganda de medicamentos comprovadamente ineficazes para o tratamento da doença. Além disso, seu governo está sendo investigado por envolvimento em irregularidades na compra de vacinas contra a Covid-19.
A inércia de Bolsonaro permite que a política de preços da Petrobras continue sendo a de acompanhar os preços do petróleo internacional e do dólar, o que contribui para a disparada da inflação e preços exorbitantes dos combustíveis.
Aliado aos preços altos, a alta taxa de desemprego e a renda baixa de trabalhadores informais e por conta-própria, derruba o poder de compra das famílias brasileiras.
“O povo está sentindo na carne o desemprego recorde, o desalento, a carestia, a fome, a inflação que voltou à casa dos dois dígitos, o PIB inexpressivo, o fechamento de empresas, o descrédito e a desconfiança internacional, além do recorde de casos e mortes na pandemia”, diz Sérgio Nobre.
Entre os vários fatores que tornam urgente o impeachment de Bolsonaro estão:
- A fome volta ao Brasil. São 20 milhões de pessoas em situação de fome e o número de pobres e miseráveis multiplica a cada dia.
- Desemprego cresceu. Além de crescente perda de direitos trabalhistas. Os trabalhadores estão mais vulneráveis, sem os direitos sociais garantidos, desvalorização do salário mínimo e com menos tempo para suas famílias.
- Está tudo caro. Os alimentos estão caros. A conta não fecha. Em algumas cidades, o valor da cesta básica chega a se igualar ao valor do salário. O gás de cozinha e também os combustíveis atingiram preços recordes.
- Cortes frequentes nas verbas para educação, ataques às universidades públicas e a ciência brasileira.
- Venda de empresas a preço de banana. Privatizações de serviços essenciais que geram aumento na conta do povo, como os Correios e a Eletrobrás. A conta de luz já está mais cara e o País corre risco de sofrer um apagão.
- Ataque aos pequenos agricultores. Fim de programas de crédito e de aquisição de alimentos para a merenda escolar.
- O país não tem uma política de preservação ao meio ambiente. Recorde de desmatamento na Amazônia e no Pantanal, estímulo aos garimpeiros que atacam os povos indígenas.
- Povo negro sofre com o desmonte e políticas públicas de combate ao racismo, além do governo Bolsonaro estimular ataques e ódio ao povo negro.
- Ataques frequentes que tenta calar e censurar a arte e a imprensa brasileira. Bolsonaro tem no centro do governo uma indústria de desinformação.
- Em meio à pandemia, Bolsonaro corta recursos e insumos do SUS, deixando milhares de pessoas com outras doenças, como câncer, sem tratamento. Bolsonaro é o maior responsável pelas mortes de quase 600 mil brasileiros e brasileiras vítimas de Covid-19.
Edição: Marize Muniz