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Taxa de desemprego sobe para 12,6% em abril e atinge 12,8 milhões de trabalhadores

Desalento e subutilização bateram recordes. Outro recorde negativo foi o de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, que caiu para 32,2 milhões de pessoas, menor nível da série histórica da PNAD

Publicado: 28 Maio, 2020 - 11h53 | Última modificação: 28 Maio, 2020 - 12h09

Escrito por: Redação CUT

Reprodução
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A pandemia do novo coronavírus agravou a situação de trabalhadores e trabalhadoras que já viviam as consequências da crise econômica e política que vêm abalando o Brasil desde o golpe de 2016, que destituiu a presidenta Dilma Rousseff. E, depois de um ano e cinco meses de gestão, Jair Bolsonaro (ex-PSL) não apresentou sequer uma proposta de desenvolvimento econômico, com justiça social e geração de emprego e renda.

Entre fevereiro e abril, período em que a Covid-19 obrigou governadores e prefeitos a tomar medidas de isolamento social para conter a disseminação da doença, a taxa de desemprego aumentou e o desalento e a subutilização bateram recordes. Também foi recorde a queda no número de trabalhadores com carteira assinada, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua), divulgada nesta quinta-feira (28), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa de desemprego no país subiu para 12,6%, atingindo 12,8 milhões de trabalhadores e trabalhadoras, no trimestre móvel encerrado em abril deste ano. Em relação ao trimestre móvel anterior, o aumento foi de 7,5%, ou mais 898 mil trabalhadores desempregados.

De acordo com os dados do IBGE, foi um trimestre de recordes negativos. Bateram recordes da série histórica a queda de 5,2% da população ocupada (89,2 milhões) em relação ao trimestre anterior (4,9 milhões de pessoas a menos); o percentual de desalentados, trabalhadores que desistiram de procurar emprego depois de muito tentar e não conseguir (4,7%), que subiu 0,5 ponto percentual em relação ao trimestre anterior; e o da subutilização (25,6%), o que equivale a 28,7 milhões de pessoas – se comparado ao mesmo período de 2019, o crescimento foi ainda maior (8,7%) e 2,3 milhões de pessoas a mais.

Outro recorde negativo foi o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, que caiu para 32,2 milhões de pessoas, menor nível da série histórica. Em relação ao trimestre anterior, a queda foi de 4,5%.

O número de empregados sem carteira assinada no setor privado (10,1 milhões de pessoas) também caiu 13,2% em relação ao trimestre anterior.

A impossibilidade de ir às ruas derrubou os números de trabalhadores por conta própria e os informais no trimestre encerrado em abril deste ano.

O número de trabalhadores por conta própria caiu para 23,4 milhões de pessoas, uma redução de 4,9% em relação ao trimestre anterior.

Já o numero de informais foi o menor as série, iniciada em 2016, 34,6 milhões de pessoas, ou 38,8% da população ocupada. No trimestre anterior, a taxa havia sido 40,7% e no mesmo trimestre de 2019, 40,9%.

O IBGE registrou redução de postos de trabalho em sete atividades: Indústria (-5,6%), Construção (-13,1%), Comércio e Reparação de Veículos (-6,8%), Transporte, Armazenamento e Correio (-4,9%), Alojamento e Alimentação (-12,4%), Outros Serviços (-7,2%) e Serviços Domésticos (-11,6%).

O número de subocupados por insuficiência de horas trabalhadas (6,1 milhões) recuou 7,6% frente ao trimestre anterior (501 mil pessoas a menos) e 12,8% frente a igual período de 2019, quando havia no Brasil 7,0 milhões de pessoas subocupadas.

Confira aqui a íntegra da pesquisa.