Escrito por: Redação CUT
No fim do ano passado,13,4 milhões de trabalhadores estavam na fila para conseguir se recolocar no mercado de trabalho
Enquanto o governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) segue sem uma proposta concreta para aquecer a economia do país e gerar emprego e renda, milhões de trabalhadores e trabalhadoras vivem o drama do desemprego sem enxergar luz no fim do túnel.
O ano de 2020 terminou com 13,9 milhões de trabalhadores desempregados, 32 milhões subutilizados e 5,8 milhões desalentados. A taxa média de desemprego no ano passado, de 13,5%, foi a maior desde 2012 e o ano terminou com 13,4 milhões de pessoas na fila por um emprego no país, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta sexta-feira (26), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Pela primeira vez na série anual, menos da metade da população em idade para trabalhar estava ocupada no país. Em 2020, o nível de ocupação foi de 49,4%.
Na avaliação da analista da pesquisa Adriana Beringuy, a pandemia do novo coronavírus contribuiu com a piora das condições do mercado de trabalho porque as medidas de distanciamento social para o conter a propagação do vírus paralisaram temporariamente algumas atividades econômicas.
Isso, segundo ela, “influenciou na decisão das pessoas de procurarem trabalho”, mas, assim que os governos flexibilizaram as medidas, apesar do agravamento da pandemia, mais pessoas voltaram a procurar emprego, “pressionando o mercado de trabalho”.
Sem ajuda do governo federal, a única saída para a população foi essa, se arriscar, ir as ruas, procurar uma ocupação, fazer um bico. O auxílio emergencial, pago até dezembro do ano passado, após aprovação de lei no Congresso Nacional, ainda não foi retomado, apesar do agravamento da pandemia. E para aprovar a volta do auxilio, com valor bem mais baixo, Bolsonaro quer tirar a obrigatoridade de recursos mínimos para a saúde e educação.
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Confira outros números
A taxa de desemprego (13,9%) no trimestre de outubro a dezembro de 2020, que atinge 13,9 milhões de pessoas, caiu 0,7 ponto percentual em relação ao trimestre de julho a setembro de 2020 (14,6%).
O total de pessoas subutilizadas - desempregados, subocupados por insuficiência de horas trabalhadas ou na força de trabalho potencial - era de 32 milhões em dezembro - 3,5% (menos 1,1 milhão de pessoas) em relação ao trimestre móvel anterior. Na média anual, esse contingente chegou a 31,2 milhões, o maior da série anual, com alta de 13,1% (ou mais 3,6 milhões de pessoas subutilizadas) em relação a 2019.
O número de trabalhadores por conta própria (23,3 milhões de pessoas) subiu 6,8% (mais 1,5 milhão de pessoas) frente ao trimestre móvel anterior. Já em relação ao mesmo período de 2019, houve uma redução de 5,2% (menos 1,3 milhão de pessoas). A média anual chegou a 22,7 milhões e caiu 6,2% (menos 1,5 milhão de pessoas) em relação a 2019.
A taxa de informalidade chegou a 39,5% da população ocupada (ou 34,0 milhões de trabalhadores informais). No trimestre anterior, a taxa foi 38,4% e, no mesmo trimestre de 2019, 41,0%. A taxa média de informalidade passou de 41,1% em 2019 para 38,7% em 2020.
O contingente de desalentadas – pessoas que desistiram de procurar emprego depois de muito procurar e não conseguir - foi estimado em 5,8 milhões no trimestre de outubro a dezembro de 2020. Houve estabilidade na comparação com o trimestre móvel anterior. Já em relação ao mesmo trimestre de 2019, houve expansão de 25,3%. À época, havia no Brasil 4,6 milhões de pessoas desalentadas. Na média anual, esse contingente chegou a 5,5 milhões e cresceu 16,1% em relação a 2019.
O percentual de pessoas desalentadas em relação à população na força de trabalho ou desalentada foi de 5,5% no trimestre móvel terminado em dezembro e variou -0,3 ponto percentual em relação ao trimestre móvel anterior (5,7%). Na comparação com o mesmo trimestre de 2019 (4,2%), houve aumento de 1,3 ponto percentual. Na média anual, esse percentual foi de 5,3%, variando 1,0 ponto percentual em relação a 2019.
Confira na Agência IBGE mais dados da pesquisa