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Taxa Selic alta definida pelo Banco Central impede investimentos sociais

Governo federal deixa de investir em programas essências à população para pagar juros altos da dívida pública. CUT e demais centrais sindicais farão protesto dia 30 (terça) contra a alta da Selic

Publicado: 27 Julho, 2024 - 13h23 | Última modificação: 29 Julho, 2024 - 08h53

Escrito por: Redação CUT | Editado por: Luiz R Cabral

Roberto Parizotti (Sapão)
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Quem não conhece ou não ouviu falar do Fies, Pronatec, Ciência sem Fronteiras, Farmácia Popular, Minha Casa, Minha Vida, Bolsa Família, Cisternas no sertão, Luz para Todos, entre muitos outros programas sociais feitos no primeiro e no segundo mandato do Governo Lula (PT), programas de sucesso que foram desmantelados pelos últimos dois anos de governos neoliberais?

Agora, na terceira vez como mandatário do Brasil, o presidente Lula está ressuscitando esses programas que por anos deram certo e implementando outros tantos que darão dignidade aos mais desfavorecidos. Mas ele vem sofrendo para realizar esse projeto. Não por causa da sua equipe de governo, mas sim por conta da política de juros altos adotada por Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central. Hoje a Selic (taxa de juros) está em 10,50% ao ano.

Com índices acima de dois dígitos, os juros, determinados a cada 45 dias pelo BC, vêm impactando de maneira contundente a política econômica, cultural e social do país, favorecendo os lucros exorbitantes dos bancos e especuladores financeiros e colaborando, ainda mais, para que os mais ricos fiquem muito mais ricos e o trabalhador e a trabalhadora suando ainda mais para pagar seus boletos e suas contas.

Essa história poderia tomar outro rumo se a Selic estivesse mais baixa, pois o governo paga juros sobre juros da sua dívida, como quem entra no rotativo do cartão de crédito ou no cheque especial e não consegue saldar a dívida.

No caso do país, cada vez que os juros aumentam, aumenta o valor que ele tem que pagar aos credores. Daí fica sem dinheiro para realizar projetos que melhorem a vida dos cidadãos e das cidadãs. Para ilustrar o que estamos falando usamos a conta feita pelo professor e economista da PUC-SP, Ladislau Dowbor. Segundo ele, o custo dos juros do BC ao governo federal daria para pagar dez vezes mais a 50 milhões de pessoas que dependem do Bolsa Família de R$ 600 e mais R$ 150 por cada criança de até seis anos de idade.

Em tese, os juros altos servem para frear o processo inflacionário do país. Mas isso não é o problema, pois a equipe econômica vem mantendo a inflação em patamares  satisfatórios e níveis de crescimento robusto. Então, a questão dos juros altos é política. Campos Neto, na direção do Banco Central, põe os interesses do mercado financeiro à frente das necessidades da população. Na verdade, ele joga contra o desenvolvimento social do Brasil.

Protesto contra os juros altos

Por isso, é que sua presença é muito importante no protesto contra a taxa de juros da Selic, na terça-feira (30), a partir das 10 horas da manhã. As ações promovidas pela CUT e as demais centrais sindicais serão na frente da sede do Banco Central (BC), em Brasília, em São Paulo e nas demais cidades em que há representação da instituição financeira. A data foi escolhida por ser o primeiro dia de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que define a taxa de juros do país a cada 45 dias.