Escrito por: Redação CUT
MPF suspeita que transações geraram ganhos excessivos para o ministro-banqueiro e prejuízo para as entidades, responsáveis pela aposentadoria complementar de milhares de empregados de estatais
O Tribunal de Contas da União abriu processo para apurar supostas fraudes em negócios feitos por uma empresa de Paulo Guedes, banqueiro e ministro da Economia do governo de Jair Bolsonaro (PSL), com fundos de pensão patrocinados por estatais.
O tribunal avaliará possíveis perdas que as operações feitas por Guedes causaram às estatais e aos fundos de pensão da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e Fundação dos Economiários Federais (Funcef) dos funcionários da Caixa. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, a investigação teve inicio em fevereiro, depois de uma representação do Ministério Público Federal (MPF). Também estão sob suspeita os fundos Previ, do Banco do Brasil; Petros, da Petrobras; e Postalis, dos Correios.
O dinheiro foi aportado nos fundos de investimento em participações (FIPs) BR Educacional e Brasil de Governança Corporativa –criados pela gestora de ativos que pertencia a Guedes até o fim do ano passado – e usado em projetos diversos.
O MPF suspeita que as transações geraram ganhos excessivos para o ministro, em detrimento das entidades que injetaram o dinheiro, responsáveis pela aposentadoria complementar de milhares de empregados das estatais.
Em nota enviada à Folha nesta terça (2), a defesa de Guedes reafirmou a “legalidade e a correção de todas as operações dos fundos, que, diga-se de passagem, têm sido lucrativos aos cotistas, incluindo os fundos de pensão”.
“Já foi apresentada ao Ministério Público Federal vasta documentação e petição comprovando a diligência, lisura e lucratividade dos investimentos”, acrescentaram os advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso.