Escrito por: Redação CUT
Em artigo, secretário-adjunto de Relações Internacionais critica a política econômica adotada por Macri, na Argentina, e pelo ilegítimo Temer, no Brasil. "Nas urnas, podemos colocar o Brasil no rumo certo"
"Ao contrário da Argentina, que escolheu votar no projeto neoliberal, no Brasil deram um golpe. Nessas eleições, brasileiros não podem errar. Golpe será derrubado nas urnas", defendeu o secretário-adjunto de Relações Internacionais, Ariovaldo Camargo, em artigo publicado no Portal CUT.
O dirigente avaliou o atual momento enfrentado pela Argentina, país vizinho que viveu nesta terça-feira (25) uma greve geral que paralisou todas as atividades econômicas, e concluiu que políticas implementadas pelo ilegítimo e golpista Michel Temer e pelo presidente argentino Mauricio Macri são semelhantes e ambas estão destruindo empregos e os sonhos dos trabalhadores.
Nos dois países, diz Ariovaldo, "a economia patina, as taxas de desemprego não param de crescer e uma série de programas sociais vem sendo extintos ou drasticamente reduzidos".
Confira o artigo na íntegra:
Os trabalhadores e trabalhadoras argentinos pararam o país nesta terça-feira (25) para protestar contra o desemprego, os ajustes fiscais, a volta do debate da reforma trabalhista e o Orçamento que propõe déficit zero e, portanto, mais cortes nos programas sociais, como exigiu o FMI a quem o presidente Mauricio Macri pediu um empréstimo para tentar resolver a profunda crise econômica que atinge o país.
É inevitável comparar a situação do país vizinho com a do Brasil neste momento. Ambos estão sendo governados por políticos de direita, reacionários e ligados aos interesses do mercado, depois de vários mandatos de governos democráticos e popular.
A diferença é que no Brasil temos um governo usurpador, que deu um golpe para assumir o lugar da presidenta Dilma Rousseff por mais de 54 milhões de eleitores que aprovaram seu projeto de governo democrático e popular. O sem votos Michel Temer já assumiu com umas quatro propostas de retirada de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.
Já na Argentina, foram os próprios eleitores que decidiram trocar um governo progressista de unidade popular e comprometido com os interesses da classe trabalhadora por um presidente alinhado exclusivamente aos interesses mercado.
O resultado é que em ambos os países a economia patina, as taxas de desemprego não param de crescer e uma série de programas sociais vem sendo extintos ou drasticamente reduzidos.
Na Argentina, a taxa de inflação anual está acima de 40%, o desemprego subiu de 8,7% para 9,6% entre 2017 e junho deste ano; e o país recorreu ao Fundo Monetário Internacional (FMI), depois que o arrocho na classe trabalhadora, como era previsível, não tirou o país da crise.
A população brasileira, que convive com taxas de inflação baixa, mas preços de conta de luz e gasolina em disparada, taxa de desemprego de 12,9% e economia estagnada desde o golpe, nova lei trabalhista que precarizou as condições de trabalho, congelamento dos gastos, cortes em programas sociais e a ameaça de reforma Previdência, já anunciada pelo ilegítimo, precisa ficar atenta. Para completar a tragédia, só falta o ilegítimo e golpista Michel Temer pedir empréstimo ao FMI, como seu colega argentino.
As políticas de Temer e Macri são semelhantes e ambas estão destruindo empregos e os sonhos dos trabalhadores. O Brasil não pode errar como o país vizinho e, nas eleições, quando pode enterrar o golpe, trocar um projeto de governo voltado para os interesses do povo por um preocupado com o rentismo e o capital.
Precisamos, efetivamente, voltar a construir nossos sonhos, voltar a construir nossas possibilidades de crescimento e isso, certamente, passa pelo processo eleitoral onde precisamos abrir todos os espaços de diálogos possíveis para atrair para o campo democrático e popular. Nas urnas, podemos colocar o Brasil de volta no caminho da distribuição de renda, da geração do emprego, do desenvolvimento, da volta dos investimentos públicos para que possamos sair do atoleiro político e econômico que o golpe colocou o país e os brasileiros.