Temer manobra para tentar desmobilizar classe trabalhadora
Retirada dos servidores municipais e estaduais da reforma será temporária, afirma Gabas
Publicado: 22 Março, 2017 - 12h40 | Última modificação: 23 Março, 2017 - 19h17
Escrito por: Érica Aragão
Em entrevista exclusiva para o portal da CUT, Gabas afirma que é uma mera manobra o anúncio feito pelo governo Temer de que os servidores municipais e estaduais ficarão de fora da Reforma da Previdência. O presidente ilegítimo afirmou isso nesta quarta (21), mas o ex-ministro diz que é impossível isso acontecer: “ele só vai adiar a inclusão dos servidores municipais e estaduais para depois que a reforma passar”. Gabas garante que é uma manobra do governo diante da reação do povo nas ruas nos dias 8 e 15. Ele enfatiza que é importante continuarmos mobilizados e unidos para barrar o projeto na integra e denuncia que a medida de Temer é só uma tentativa de dividir os trabalhadores e trabalhadoras.
Confira a entrevista:
Na sua opinião, por que o presidente ilegítimo Michel Temer anunciou nesta quarta (21) que vai excluir os servidores municipais e estaduais da reforma da previdência?
Na verdade, não foram excluídos os servidores estaduais e municipais. Qual é a forma de exclusão? Qual o artigo que ele mexerá na reforma? Ele não apresentou isso, só anunciou. Na verdade ele não pode fazer isso. Ao alterar o artigo 40, se obriga estados e municípios a implantarem o desmonte da aposentadoria depois. Ela não virá agora, mas amanhã vão fazer a mesma reforma que ele quer aprovar agora em âmbito federal. Não pode ter categorias iguais, no âmbito federal e estadual ou municipal com regras diferentes. Isso é uma manobra que o governo está fazendo de dividir os trabalhadores. Nós não podemos acreditar nessa manobra. Nós temos que manter a unificação dos trabalhadores e trabalhadoras contra a Reforma da Previdência. Temos que colocar o bloco na rua, como já fizemos no dia 8 de março com as mulheres e no dia 15 com o conjunto de trabalhadores e movimentos sociais. Precisamos intensificar a pressão na base parlamentar. Não aceitamos conciliação com essa proposta. A proposta tem que ser retirada, tem que ser rechaçada pelo conjunto dos trabalhadores.
Você acha que esse anúncio tem a ver com as manifestações dos dias 8 e dia 15 por todo o país?
Claro! Nós demonstramos a resistência, a insatisfação da sociedade. Das mais de 160 emendas a quase totalidade é da própria base do governo. A base do governo rejeita a proposta como foi colocada. Então eles não têm alternativa. Eles sabem que desse jeito a Reforma não passa!
Estão querendo dourar a pílula, não vamos aceitar. Temos que manter a mobilização, avançar a pressão sobre os parlamentares para rejeitar essa proposta na sua integra.
Qual a importância da unidade de toda a classe trabalhadora para enfrentar essa reforma?
A unidade é que está fazendo a diferença. A unidade dos trabalhadores e trabalhadoras sejam os servidores públicos, sejam rurais, sejam urbanos, sejam mulheres e homens, está fazendo a diferença na resistência. Nós precisamos não só manter a mobilização, mas ampliar, fortalecer e consolidar essa unidade contra o desmonte do nosso sistema de proteção social, que é um direito da classe trabalhadora desse país.