Escrito por: Luiz Carvalho
Para variar, quem paga a conta é o trabalhador, com suspensão de férias em 2017
Como outros patrimônios nacionais, a Emprega Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) também passam por sérias dificuldades sob gestão do ilegítimo Michel Temer (PMDB).
A companhia que já foi considerada a mais confiável do Brasil agora sofre com tentativas de sucateamento para passar à população a ideia de que é necessário privatizar para aprimorar os serviços.
Representantes dos trabalhadores que estão em estado de greve desde 15 de março, Dia Nacional de Paralisação capitaneado pela CUT, reuniram-se nesta segunda-feira (27) com o presidente da instituição, Guilherme Campos, na capital paulista.
Em discussão, as tentativas de retirada de direitos, especialmente, a suspensão de férias até abril de 2018 e a cobrança de mensalidade para manutenção dos planos de saúde com o objetivo de criar uma falsa ideia de economia.
Um dia após mobilização do dia 15 fechar vários centros de distribuição domiciliar (CDD), o ministro das Ciências, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, resolveu dialogar com a categoria, mas sem apresentar qualquer avanço.
No mesmo encontro, além de deixar no ar a necessidade de firmar um acordo para evitar uma decisão autocrática ‘de cima para baixo’, o presidente da companhia, Guilherme Campos, reforçou ainda que tanto a cobrança da mensalidade como a ilegal decisão de suspender as férias seriam mantidas, como explica a jornalista dos Correios, Michele Barros.
“A direção dos Correios tem usado contra os trabalhadores uma tática de terrorismo, pressionado com a abertura de um programa de demissão motivada e espalhado pareceres jurídicos na imprensa e entre os trabalhadores com a tese de que uma situação financeira delicada abriria precedentes para demitir funcionários públicos, algo que não é possível. Isso foi rechaçado, inclusive, pelo próprio STF (Supremo Tribunal Federal)”, lembra Michele.
Pedaladas
Para ela, como muitas outras medidas de Temer, as que atingem os Correios não tem caráter econômico, mas político. Além disso, a estratégia representa uma espécie de pedalada, porque dará a ideia falsa de economia baseada em uma conta que vai estourar depois.
Ela também critica a decisão do ministro Kassab em ameaçar com privatização um patrimônio estratégico que necessidade de investimentos e não mais cortes, conforme a cartilha do gestor golpista Temer.
“Vão deixar de gastar neste momento para fingir que estão fechando no azul, mas vai gerar um problema de recursos financeiros e humanos quando for quitar. Eu entrei com muitas outras pessoas na mesma época e deixaremos um departamento inteiro sem três ou quatro funcionários no mesmo mês. Se isso é péssimo na área administrativa, imagina numa operacional onde é muito mais difícil realocar recursos humanos. A solução para os Correios não é sucatear para privatizar, mas investir na qualidade”, defende.