Escrito por: Comissão de trabalhadores da PSG/CUT-BA

Terceirizada da Petrobras não paga os trabalhadores na Bahia

PSG faz o que quer com seus trabalhadores e estatal faz vista grossa

Atrasos de salários, plano diferenciado entre trabalhadores, falta de pagamento de FGTS e do plano de saúde são apenas alguns dos descasos da PSG, terceirizada que presta serviços à Petrobras e conta com a omissão da direção da estatal em tudo o que faz (e deixa de fazer). 

Até parece mentira. Mas, infelizmente, não é. O dia a dia dos trabalhadores da PSG, que atua na Bahia, Espirito Santo, Sergipe, Alagoas e Rio Grande do Norte, não é tranquilo. Aliás, tranquilidade não é uma palavra muito usada no dicionário desses contratados, sobretudo no período de final de mês, já que os salários quase nunca são depositados dentro do prazo legal de cinco dias úteis. Desculpa pra lá, desculpa pra cá, mas os atrasos continuam acontecendo todos os meses. Para este mês, nem previsão há.

Se o atraso no pagamento é certo, o cinismo da empresa também. Por email, a PSG sempre se lamenta e afirma que vai compensar os prejuízos dos dias em atraso no próximo mês. A promessa é tão falaciosa como a fiscalização da Petrobras. Por sinal, quem deve ganhar ou está ganhando com essa omissão e conivência com a PSG? Parece até uma parceria de perversidades entre ambos.

Na PSG acontece de tudo. O plano de saúde, além de não ser pago corretamente e ter suspensões frequentes, é diferenciado entre os trabalhadores. Digamos que é como se fosse um tipo de plano A para um determinado grupo de trabalhadores e o tipo Z para outro. Os da Bahia, claro, são do tipo Z. Sabe-se que até salários para a mesma função são pagos em valores totalmente diferentes. Estranho, mas é verdade. Até o FGTS a empresa deixa de honrar.

E o que dizer dos fiscais embarcados que nunca recebem o reembolso de transporte para o deslocamento até à base e seu retorno à casa? Ficou chocado? Calma, tem mais descasos da PSG (com a omissão da Petrobras, claro). Imagine ai: as férias, que por Lei devem ser pagas antes do trabalhador iniciar o gozo, na PSG isso é folclore. No máximo, os trabalhadores as recebem quando retornam. Ah, e como se fosse um favor.   

Curioso é que a mesma PSG, que é tão relapsa com as suas obrigações legais, exige até mais do que é permitido aos seus trabalhadores. A PSG é única terceirizada que obriga seus funcionários a pagar as horas da folga campo nos locais onde as bases sequer funcionam. Para se ter ideia, a exigência esdrúxula acarreta em jornadas de até 14 horas para alguns trabalhadores, contando do horário que saem de suas casas até o retorno. Um verdadeiro absurdo. 

Por falar em absurdo, não podemos deixar de relembrar da negligência e conivência da Petrobras com isso tudo.