Terceiro acusado de tentar explodir bomba em Brasília se entrega à polícia
Alan Rodrigues está preso preventivamente em Mato Grosso. O empresário George Washington de Oliveira Sousa foi preso no dia 24. Já o blogueiro Wellington Macedo de Souza, ex-assessor de Damares, está foragido
Publicado: 18 Janeiro, 2023 - 10h46 | Última modificação: 18 Janeiro, 2023 - 11h11
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz
Um dos três bolsonaristas terroristas acusados de participar da tentativa de explodir uma bomba próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília na véspera do Natal, Alan Diego dos Santos Rodrigues, 32 anos de idade, se entregou à Polícia Civil de Mato Grosso, na tarde desta terça-feira (17).
Também está detido o outro acusado do atentado terrorista, o empresário George Washington de Oliveira Sousa, que foi preso na noite do dia 24. Já o blogueiro Wellington Macedo de Souza, outro bolsonarista que participou da ação, está foragido
Alan está detido em caráter preventivo em uma delegacia da cidade de Comodoro, no oeste mato-grossense, a cerca de 640 quilômetros da capital, Cuiabá. Segundo a Polícia Civil, ele seria encaminhado ainda ontem para uma unidade prisional do estado, onde permanecerá à disposição da Justiça. A expectativa é que ele seja transferido para o Distrito Federal.
Na semana passada, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) aceitou a denúncia que o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios apresentou contra Rodrigues e outros dois investigados, o empresário George Washington de Oliveira Sousa e o jornalista Wellington Macedo de Souza, transformando-os em réus no processo que apura a tentativa de atentado terrorista no aeroporto da capital federal, um dos mais movimentados do país.
Os três réus foram denunciados por colocar em risco a vida, a integridade física ou o patrimônio de outras pessoas por meio de explosão. Além disso, George Washington também responderá por porte ilegal de armas e munições.
Primeiro dos três a ser identificado, George foi preso na noite do próprio dia 24, em Brasília, após um funcionário da empresa administradora do aeroporto alertar às autoridades para a presença de um objeto estranho abandonado próximo a um caminhão-tanque.
De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal, ao ser detido, George Washington admitiu ter colocado a bomba junto ao caminhão-tanque cheio de combustível que estava parado em uma via de acesso ao aeroporto.
“Ele [George Washington] confessou que realmente tinha a intenção de fazer um crime no aeroporto, que seria destruir algo para causar o caos. O objetivo dele era justamente chamar atenção para o movimento que eles estão empenhados", disse o delegado-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, Robson Cândido.
De acordo com o delegado, o empresário, de 54 anos de idade, viajou do Pará para Brasília a fim de participar dos atos promovidos por centenas de pessoas que passaram mais de 2 meses acampadas em frente ao Quartel General do Exército protestando contra o resultado das últimas eleições presidenciais e promovendo uma série de atos golpistas e antidemocráticos que culminaram com o ataque ao Palácio do Planalto, ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 8. O empresário, contudo, ficou hospedado em um apartamento de um bairro de classe média da capital federal, onde a polícia encontrou várias armas e muita munição.
Em depoimento à polícia, George Washington admitiu ter preparado o material explosivo encontrado junto ao caminhão-tanque, mas disse que o entregou a Alan e a outra pessoa que, mais tarde, os investigadores identificaram como sendo Wellington Macedo de Souza, que ainda não foi localizado.
Já o blogueiro Wellington Macedo de Souza, de 47 anos, que está foragido, foi identificado por causa da tornozeleira eletrônica que a Justiça o obrigou a usar. No início de setembro de 2021, o blogueiro teve a prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, por incitar em suas redes sociais bolsonaristas radicais a invadirem a própria corte e o Congresso Nacional durante os atos de 7 de setembro, marcados por forte tom golpista, inclusive com a participação do então presidente Jair Bolsonaro. Tempos depois, Moraes autorizou prisão domiciliar com uso de tornozeleira porque ele alegou problemas de saúde.
Mesmo com tornozeleira, o blogueiro, que foi assessor da ex-ministra Damares Alves no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, entre janeiro e outubro de 2019, continuou participando de atos golpistas.
Outros explosivos
Um dia após a prisão de George Washington, uma denúncia anônima levou as forças de segurança do Distrito Federal a localizar e destruir mais artefatos explosivos. O material estava abandonado, sem nenhum cuidado, em um matagal do Gama, região administrativa a cerca de 35 quilômetros da Esplanada dos Ministérios, em Brasília. No local também foram encontrados coletes balísticos e capas para os coletes.