Terremoto já matou mais de 5 mil Turquia e na Síria; número pode passar de 20 mil
Na Turquia já são mais de 3.549 pessoas mortas. Na Síria, 1.612. Outras 23.926 pessoas ficaram feridas - 20.426 na Turquia e 3.500 na Síria. Número de mortos pode passar de 20 mil, diz OMS
Publicado: 07 Fevereiro, 2023 - 10h19 | Última modificação: 07 Fevereiro, 2023 - 10h28
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz
Um dia após o terremoto de magnitude 7,8 na escala Richter, que atingiu a Turquia e a Síria, às 4h17 (horário local) desta segunda-feira (6), o número de pessoas mortas passa de 5 mil, mais de 23 mil estão feridas e milhares estão desaparecidas nos dois países.
Na Turquia já são mais de 3.549 pessoas mortas. Na Síria, 1.612. Outras 23.926 pessoas ficaram feridas - 20.426 na Turquia e 3.500 na Síria. Os dados foram atualizados na manhã desta terça-feira (7) pelas autoridades locais.
A escala Richter é utilizada por sismólogos para avaliar o impacto de um tremor de terra. Um terremoto de magnitude entre 7 e 7,9 é considerado de grandes proporções e pode causar danos graves na superfície. Por ano, são registradas menos de 20 ocorrências desse tipo.
O terremoto abalou a região central da Turquia e o noroeste da Síria durou apenas um minuto e meio, mas o rastro de destruição é enorme. Na Turquia, ao menos 3.471 prédios ficaram destruídos e as buscas por vítimas soterradas continuam. A maior parte dos mortos na Síria está nas cidades de Aleppo, Hama, Latakia e Tartus, muito atingidas pela guerra no país, que começou em 2011.
Outros terremotos foram registrados pelo Centro Europeu Mediterrâneo de Sismologia. Um deles, segundo a agência noticiosa Reuters, de magnitude 5,7 atingiu o leste da Turquia nesta segunda.
O terremoto inicial, de 7,8 na segunda-feira, também foi sentido na capital turca, Ancara; no Líbano; no Chipre; e até na capital egípcia, Cairo.
Mortos podem passar de 20 mil
A Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que o número de mortos deve subir significativamente devido à grande quantidade de prédios danificados, podendo chegar a cerca de 20 mil nos próximos dias, segundo matéria do DW publicada pelo BdF.
O representante regional de emergência da OMS para o Mediterrâneo Oriental, Rick Brennan, afirmou que a agência da ONU enviou reforços para sua equipe em Gaziantep e disse que os trabalhos de resgate foram prejudicados pelos tremores secundários, diz o texto.
Sobre a Síria, Brennan afirmou que o terremoto é mais uma tragédia que se soma à crise humanitária que atinge o país, que enfrenta graves problemas econômicos e um surto de cólera. "A convergência de todas essas crises está causando um enorme sofrimento."
Sob controle do regime sírio, a cidade de Aleppo registrou vários tremores secundários. A DW conseguiu falar por mensagens de WhatsApp com uma moradora de 30 anos que não quis citar o nome por questões de segurança. "A maioria das pessoas que estão ajudando a retirar as pessoas dos escombros são civis. Grande parte não tem formação para fazer trabalho de resgate. É muito perigoso. A qualquer momento, eles podem ser soterrados", explicou a testemunha, que disse sentir a terra tremer a toda hora. "Talvez também seja apenas o meu corpo, estou em choque."
"Precisamos urgentemente de doações de sangue. Já pediram a todo mundo aqui para doar sangue porque o número de feridos aumenta a toda hora", descreveu. "Pediram para as pessoas aqui em Aleppo para que deixem suas casas, mas quase ninguém saiu. Não sabem para onde ir e também não têm dinheiro para ficar num hotel", disse.
"Situação trágica"
Na Síria, em guerra civil há mais de uma década, as províncias mais atingidas foram Hama, Aleppo e Latakia. A zona devastada se divide entre o território controlado pelo regime de Damasco e o último enclave nas mãos da oposição, que está cercado por forças do governo, apoiadas pela Rússia, segue a reportagem do DW.
"A situação é muito trágica, dezenas de prédios desabaram na cidade de Salqin", afirmou um integrante dos Capacetes Brancos, uma organização síria de resgate, em vídeo divulgado nas redes sociais. A cidade citada fica a cinco quilômetros da fronteira com a Turquia.
"Famílias inteiras estão soterradas e os Capacetes Brancos não conseguem chegar até elas. Faltam equipamentos para resgatar os sobreviventes em diferentes locais ao mesmo tempo", afirmou Omar Albam, repórter da DW na Síria. "No momento, não há nenhuma estimativa confiável sobre número de mortos. O caos domina tudo e ainda está confuso", contou.
Segundo Albam, a pequena cidade de Samada, a 30 quilômetros de Idlib e próxima da fronteira com a Turquia, foi uma das mais atingidas pelo sismo no país. A cidade teria sido completamente destruída pelo terremoto. Mas também a cidade de Jindires, a 20 quilômetros a sudoeste de Afrin, foi fortemente atingida, com danos severos às conexões de internet e celulares.