Escrito por: Vitor Nuzzi, da RBA

Total de resgatados de trabalho escravo já supera 2020. ‘Lista suja’ é atualizada

Até agora, foram 1.015 resgatados neste ano, sendo 420 em Minas Gerais, com pagamento de R$ 5 milhões em verbas rescisórias

De janeiro a setembro, ações de fiscalização pelo país já resgataram 1.015 pessoas em situação de trabalho análogo ao de escravo, superando o total de 2020 (936) e se aproximando do registrado em 2019 (1.131). Os dados foram atualizados pela Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT). Foram realizadas 234 operações (276 no ano passado), e 102 estabelecimentos receberam autuação.

De acordo com as informações da SIT, Minas Gerais teve 54 operações e 420 trabalhadores resgatados, a maior quantidade entre as unidades da federações. Depois vêm São Paulo, com 135, e Goiás, com 102. No total, foram 743 trabalhadores encontrados em áreas rurais e 272 em áreas urbanas.

De acordo com o chefe da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae), o auditor-fiscal Maurício Krepsky, o aumento neste ano ocorreu, principalmente, pela Operação Resgate, realizada em parceria com diversos órgãos. “Em relação ao Grupo Especial de Fiscalização Móvel, o cronograma de operações foi atendido integralmente, enquanto em 2020 não foi possível fazer operações com deslocamento aéreo de março a julho, em razão da oferta reduzida de voos.”

Nova relação de empregadores

O governo publicou nesta terça-feira (5) nova atualização da chamada “lista suja” do trabalho escravo, que traz a relação de empregadores flagrados pela fiscalização. A relação, que já chegou a ser proibida por decisão judicial, é atualizada a cada seis meses. Foram incluídos 13 nomes, sendo sete de pessoas físicas e seis jurídicas. E excluídos 27, que ultrapassaram o prazo legal de dois anos na publicação. Confira aqui a lista, divulgada pelo Sinait, o sindicato nacional dos auditores-fiscais.

Os grupos móveis de fiscalização estão completando 26 anos em 2021. Desde sua criação, foram resgatados 56.722 trabalhadores em condições análogas à escravidão. As verbas salariais e rescisórias somam R$ 116 milhões – neste ano, mais de R$ 5 milhões. Além dos auditores-fiscais do Trabalho, as operações têm participação da Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Defensoria Pública da União (DPU) e Ministérios Públicos do Trabalho (MPT) e Federal (MPF).