Trabalhadores celetistas das fundações do RS lançam frente para unificar negociações
Na pauta dos servidores celetistas estão as negociações com o governo do Estado, que há mais de dois anos não repõe a inflação que corrói o poder de compra dos salários
Publicado: 10 Novembro, 2021 - 13h59 | Última modificação: 10 Novembro, 2021 - 14h07
Escrito por: CUT RS
Os sindicatos, que representam servidores e servidoras de fundações públicas estaduais, lançaram nesta terça-feira (9) a Frente dos Trabalhadores Celetistas do Rio Grande do Sul, com o objetivo de unir forças entre as categorias para enfrentar as negociações coletivas com o governo Eduardo Leite (PSDB), que constantemente desrespeita o trabalho feito pelos funcionários e funcionárias dessas instituições.
O lançamento ocorreu em frente ao Palácio Piratini, durante ato unificado realizado pela CUT-RS e centrais sindicais, por reajuste de 10,3% para o piso regional, e pelo CPERS, que cobrou reposição salarial de 47,82%, fim dos descontos nos contracheques e segurança sanitária nas escolas.
Na pauta dos servidores celetistas estão as negociações com o governo do Estado, que há mais de dois anos não repõe a inflação que corrói o poder de compra dos salários.
"Esquenta" na Emater
A mobilização começou às 9h, no bairro Menino Deus, diante da sede do Semapi, que realizou uma assembleia dos trabalhadores. A pauta abordou o andamento das negociações com o governo, que tem se negado a apresentar um calendário dos índices já reconhecidos de reajuste, além de não discutir nenhuma melhoria nas cláusulas do acordo anterior.
Em votação simbólica, os servidores rejeitaram a proposta do governo. Depois, saíram em caminhada até o prédio da Emater, onde se concentraram e soltaram centenas de balões azuis.
Depois, as funcionárias e os funcionários da Emater, que estavam usando máscaras, se deram as mãos e abraçaram à instituição.
Foi um "esquenta" para o ato diante do Piratini, para onde depois se dirigiram.
Valorizar os serviços públicos e combater a privatização
O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, destacou a importância da organização da frente e criticou a falta de diálogo e as políticas neoliberais adotadas pelo governador tucano. “Eduardo Leite vai na Emater, na Uergs, nos serviços públicos e vai sucateando. Não paga reajuste de salário e vai desmontando. Chega à conclusão que é o caso de privatização. Para que Uergs? Para que Fundação Piratini? Para que Fundação Zoobotânica? Isto é o modelinho do Leite. Sabe com quem isso é parecido? Com Bolsonaro”, apontou.
O diretor do Sinpro-RS Daniel Sebastiani cobrou respeito do governador. “A frente celetista não está aqui meramente para fazer defesa dos servidores celetistas, mas para a defesa contundente da prestação de serviços ao povo gaúcho. Esta é a obrigação de um governo, prestar serviço ao povo. Quando se dá assistência ao pequeno produtor, quando se cuida do ecossistema, quando se educa um estudante, não são os prédios nem as paredes quem fazem isso, mas os servidores. A alma do serviço público são os empregados públicos, são os servidores públicos”, ressaltou.
A diretora do Semapi-RS, Cecília Bernardi, disse que "a nossa luta é conjunta. Nós precisamos manter o Estado em pé para que as futuras gerações possam ter um serviço público de qualidade, que é o que a gente faz".
Além do Semapi-RS e do Sinpro-RS,, integram a frente o Senge, o Simvet, o Sintargs, o Sindjors e o Sintep Vales.