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Trabalhadores conquistam acordo coletivo e encerram greve na Revap

Empresa apresentou uma nova proposta que foi aprovada em assembleia realizada na manhã destas sexta-feira (28) na Revap

Publicado: 28 Maio, 2021 - 17h46 | Última modificação: 28 Maio, 2021 - 17h56

Escrito por: Sintricom

Cris Cunha
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A mobilização e resistência dos trabalhadores das terceirizadas da Refinaria Henrique Lage (REVAP ), em São José dos Campos, obrigou a empresa a retomar as negociações da campanha salarial 2021 com o Sindicato da Construção Civil, Mobiliário e Montagem Industrial (Sintricom), voltar atrás na  proposta que retirava direitos e apresentar uma nova proposta.

A nova proposta, aprovada na assembleia realizada na manhã destas sexta-feira (28) hoje na Revap, garantiu o convênio médico para os trabalhadores e seus dependentes pelos próximos dois anos. Também foi mantido o aviso indenizado aos trabalhadores, exceto nos casos onde a mão-de-obra for reaproveitada no novo contrato da empresa sucessora. Os dias parados também serão abonados e não haverá retaliações aos trabalhadores.

“O gato queria cortar o convênio dos dependentes. Queriam dar reajuste de salário parcelado, retirar o aviso indenizado, mas isso mudou porque vocês estavam junto com a gente", disse o presidente em exercício do Sintricom, Marcelo Rodolfo.

"E a partir do momento em que o nosso movimento saiu do anonimato e a TV Vanguarda mostrou a intimidação da polícia, as empresas voltaram a mesa de negociações”, completou o dirigente.

Resistência 

A pressão foi grande. Em greve desde a última quarta-feira, os trabalhadores tiveram que lidar com a intimidação da Polícia, que chegou a impedir a atuação sindical e das empresas que pressionaram pela volta ao trabalho.

Movimento teve apoio da CUT Vale do Paraíba e frente ampla de sindicatos

A luta dos terceirizados na Revap teve, desde o início, o apoio do coordenador da CUT Vale do Paraíba, Zé Carlos dos Condutores e uma ampla frente de sindicatos: Sindicato dos Condutores do Vale do Paraíba, Sindicato da Construção Civil de Jacareí, Sindicato da Construção Civil de Taubaté, Sindicato os Petroleiros do Litoral Paulista.

“Hoje é o terceiro dia de paralisação. Uma luta bonita, importante. E quem trabalha aqui dentro independentemente de função, são trabalhadores que produzem, quem carrega essa máquina são vocês. Nós da Central Única dos Trabalhadores nos orgulhamos muito desses companheiros que estão com vocês na linha de frente. Trabalhadoras e trabalhadores uni-vos. Entrem para trabalhar de cabeça erguida”, disse o coordenador da CUT Vale do Paraíba e Litoral Norte, Zé Carlos dos Condutores.

Democracia,. garra e união

“A partir do momento que as trabalhadoras e trabalhadores mostram a sua garra não tem nada que detenha a classe trabalhadora. Eu já quero parabenizar essa direção, o Marcelo, porque não é fácil sentar na mesa de negociação e garantir o que vocês conseguiram”, disse vice-presidente do Sindicato dos Condutores do Vale do Paraíba, Ronaldo Ripa.

O diretor do Sindipetro-LP, Marcelo Silva, destacou a importância da democracia e da união. “Eu lembro muito bem quando o meu pai começou a conquistar direitos que foi no final da ditadura militar. Naquele momento a população brasileira como a se unir para voltar a democracia. Nossa força de trabalho impulsiona as máquinas para gerar riqueza. Mas, esse tipo de governo que está no poder está utilizando essa riqueza para cada vez mais tirar o direito da classe trabalhadora. A gente só consegue barra esse tipo de ataque com a união de todos. E é por isso, que a diretora do Sindipetro Litoral Paulista está aqui junto com o Sintricom”, disse Marcelo Silva, diretor do Sindipetro-LP.

Revolução operária

“Ninguém faz nada sozinho, petroleiro, construção civil, não dá mais para permitir a Petrobrás dividir os sindicatos, porque é isso que os empresários fazem. A classe trabalhadora tem se organizar e é o chão de fábrica que vai dar um reset no rumo sindical. Eu acredito na revolução operária e hoje estamos fazendo a revolução”, disse Fábio Mello. Diretor Sindipetro-LP

Principais conquistas

Além da garantia de reajuste de 7,59% (reposição total do INPC - Índice Nacional de Preços ao Consumidor) retroativo a maio, a ser pago na folha de junho, foi conquistado  PLR (Participação nos Lucros e Resultados ) no valor de R$ 5.893,56 – a ser paga em duas parcelas: novembro/2021 e maio/2022. Além de ajuda de custo, cesta natalina e manutenção de todas as cláusulas sociais vigentes do acordo anterior.

Inclusão de funções na tabela vai continuar

Um dos pontos da pauta da campanha salarial é a inclusão de funções na tabela de pisos e salários. Segundo o presidente em exercício do Sintricom, Marcelo Rodolfo, mesmo com o fechamento do Acordo Coletivo essa discussão ainda não terminou.

“Podemos fechar o acordo, que as empresas vão ter que negociar a tabela sim, vão ter que negociar esses pisos sim. Mas, tem que discutir uma projeção de salários e reajustar. E colocar na tabela que no próximo contrato que o gato entrar vai estar com outro valor, daí se o patrão quiser diminuir, ele vai reduzir o lucro dele e não o seu salário”, disse o presidente.