MENU

Trabalhadores da Caixa repudiam falas de Bolsonaro e Paulo Guedes

"O que se busca hoje é macular a imagem da Caixa, a fim de obter o apoio à onda de privatizações", diz a nota

Publicado: 08 Janeiro, 2019 - 11h52 | Última modificação: 08 Janeiro, 2019 - 12h59

Escrito por: Redação CUT

Arquivo/Seeb-SP
notice

Em repúdio às declarações de Jair Bolsonaro (PSL) e de seu ministro da Economia, Paulo Guedes, a Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa (Fenae) divulgou uma nota, nesta segunda-feira (7), alegando que "ambos desrespeitaram os empregados da Caixa, da ativa e aposentados, e a instituição, que vai completar 158 anos no dia 12 de janeiro".

Durante a posse dos novos presidentes da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Guedes afirmou que a Caixa “foi vítima de saques, fraudes e assaltos aos recursos públicos”. Já Bolsonaro disse que o evento estava bem concorrido "porque são os homens do dinheiro que estão aqui. Só que, dessa vez, é o dinheiro do bem”.

Segundo a Fenae, tanto Bolsonaro quanto Guedes, sem dar detalhes sobre qualquer tipo de denúncia, colocam sob suspeição a atuação do banco e todo o quadro de trabalhadores da instituição. "Se o dinheiro agora é “do bem”, antes era do “do mal”?", questiona a nota da entidade.

"Bolsonaro também declarou que a transparência estará acima de tudo em seu governo. Até o momento, porém, não conseguiram ser transparentes nem mesmo nos discursos", diz outro trecho da nota, que completa: “o que se busca claramente hoje é macular a imagem da Caixa, a fim de obter o apoio necessário à onda de privatizações que se aproxima”.

O coordenador-geral da entidade, Jair Pedro Ferreira, em entrevista ao Brasil de Fato, questionou a eficácia da estratégia de privatização, que está no horizonte do governo Bolsonaro. "A 'iniciativa privada' é conversa mole. Porque a Caixa, com todos os ataques que ela vem sofrendo, vai dar 2 bilhões de lucro. A privatização pra gente, trabalhadores e trabalhadoras, pessoas que carecem, que precisam de incentivos, de renda, emprego, seria um grande prejuízo, e nós não podemos permitir esse retrocesso". 

Confira a nota da Fenae na íntegra:

"A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) repudia as declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro, e do ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta segunda-feira (7), durante a posse dos presidentes da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil e do BNDES. Ambos desrespeitaram os empregados da Caixa, da ativa e aposentados, e a instituição, que vai completar 158 anos no dia 12 de janeiro.

Em sua fala no Palácio do Planalto, Guedes afirmou que a Caixa “foi vítima de saques, fraudes e assaltos aos recursos públicos, como vai ficar óbvio logo a frente, a medida que, como diz o presidente, essas caixas pretas forem examinadas”. Já Bolsonaro, ao destacar a quantidade de presentes, disse: “o evento está bem concorrido porque são os homens do dinheiro que estão aqui. Só que, dessa vez, é o dinheiro do bem”.

Mas, ao que exatamente se referem o presidente e o ministro? Sem dar detalhes sobre esse tipo de denúncia, o que eles fazem é colocar sob suspeição a atuação do banco e, claro, todo o quadro de pessoal. Se o dinheiro agora é “do bem”, antes era do “do mal”? Bolsonaro também declarou que a transparência estará acima de tudo em seu governo. Até o momento, porém, não conseguiram ser transparentes nem mesmo nos discursos.

O que se busca claramente hoje é macular a imagem da Caixa, a fim de obter o apoio necessário à onda de privatizações que se aproxima. O banco da habitação, do FGTS, das loterias, do saneamento, da gestão de programas sociais, enfim, de todos os brasileiros, dever ser fortalecido. Não pode ser enfraquecido e fatiado, como pretendem Jair Bolsonaro, Paulo Guedes e o novo presidente da instituição, Pedro Guimarães, em benefício do setor privado.

É natural que uma gestão recém-chegada dê novos rumos à Caixa, conforme as diretrizes que acredita serem corretas e necessárias. O que não se pode permitir é que as medidas adotadas representem um selo de ineficiência para uma empresa que contribui há mais de um século e meio com o desenvolvimento econômico e social do país, e tampouco para os milhares de trabalhadores que constroem a Caixa no dia a dia, Brasil afora.

Acima de tudo, a Caixa e seus milhares de empregados merecem respeito!"

*Com informações Brasil de Fato