Escrito por: Renan Costa, FNU

Trabalhadores da Eletrobras fazem ato de desagravo a dirigente ameaçado de demissão

Eletrobras quer demitir Ikaro Chaves por justa causa, alegando que ele feriu o código de conduta da empresa por se posicionar contra a privatização e lutar pela reestatização

Sintergia-RJ
Participantes usam máscaras com imagem do dirigente sindical perseguido pela Eletrobras

Os trabalhadores do Sistema Eletrobras do Rio de Janeiro se reuniram na manhã desta sexta-feira (21), na porta da empresa, no centro da cidade, para realizar um protesto contra a perseguição sofrida pelo engenheiro elétrico e dirigente sindical Ikaro Chaves. A Eletrobras quer demiti-lo por justa causa alegando que ele feriu o código de conduta da empresa por criticar a privatização e defender a sua reestatização.

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Os participantes do ato, que contou com integrantes dos movimentos sociais e lideranças de diversos sindicatos,  usaram máscaras com a imagem de Ikaro Chaves. Eles foram unânimes em afirmar que é inadmissível em plena democracia um trabalhador ser impedido de se manifestar contra um processo de privatização, sendo esse realizado com diversas suspeitas de irregularidades, conforme consta em diversos relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU).

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Ao ameaçar o dirigente Ikaro Chaves com a demissão por se posicionar contra a privatização da estatal, os atuais diretores da Eletrobras estão colocando em xeque todos os sindicalistas que desde o governo de Michel Temer (MDB-SP), estão na luta contra a venda de uma empresa estratégica para o país.

Segundo relatos dos sindicatos do Rio de Janeiro, as pressões contra os dirigentes sindicais já vêm sendo realizadas pela direção da Eletrobras, sempre com a ameaça de demissões, não respeitando sequer a estabilidade prevista pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) aos trabalhadores eleitos pela categoria para representarem os seus direitos.

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Ao Portal CUT, Ikaro disse que suas entrevistas e artigos que escreveu estão amparados pela liberdade de expressão de um indivíduo que é liderança dos trabalhadores e trabalhadoras que representa e, que, portanto, nunca feriu o código da empresa.

“Meu posicionamento foi como cidadão, sindicalista e dirigente de associação como a Aesel [Associação dos Engenheiros e Técnicos do Sistema Eletrobras]. Eu não atribuí nenhuma imagem negativa a Eletrobras. Nunca falei que a empresa não presta, apenas agi em defesa dos trabalhadores utilizando as prerrogativas de dirigente sindical”, afirmou. 

Posição da FNU e CNU

A Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) e a Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU) se solidarizam novamente com o dirigente sindical, Ikaro Chaves, e com as demais lideranças sindicais, que estão sofrendo também grave ameaça de demissão por parte daqueles que não sabem viver em uma democracia, onde a livre manifestação é um direito. A luta pela reestatização da Eletrobras é justa e deve continuar, apesar das pressões, não há espaço para recuar. Vamos à luta!

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Vários parlamentares também já se manifestaram em apoio a Ikaro, entre eles os deputados Alencar Santana (PT-SP), João Daniel (PT-SE), Arlindo Chinaglia (PT-SP), Reimont (PT-RJ), Orlando Silva (PcdoB-SP), Glauber Braga (Psol-RJ) e Jandira Feghalli (PCdoB-RJ).