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Trabalhadores da empresa de limpeza de Florianópolis mantêm greve

Neste domingo, a categoria e parte da população realizou um grande ato contra os ataques do prefeito à uma empresa pública que oferece um serviço de qualidade reconhecida

Publicado: 01 Fevereiro, 2021 - 11h27

Escrito por: Sandra Werle e Sílvia Medeiros (CUT/SC e SINTRASEM)

SINTRASEM
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O ataque promovido pelo prefeito Gean Loureiro (DEM) à empresa pública que presta serviços de limpeza na capital de Santa Catarina transformou-se numa guerra para destruir a organização dos trabalhadores da Comcap e do Sintrasem, o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis, que mantém a greve dos trabalhadores da Comcap, iniciada no dia 18 de janeiro.

Entre as armas usadas pelo prefeito estão o amplo apoio da imprensa comercial e do Judiciário. Agora, Loureiro tem a permissão de um desembargador para demitir trabalhadores. Há ainda ameaças de que a direção do Sindicato possa ter prisão decretada.

Uma comissão formada por advogados, sindicalistas, vereadores e deputados está em reunião nesta segunda-feira (1º) com o Poder Judiciário, buscando defender os direitos do sindicato e dos servidores em greve.

Maior ato da história da Comcap

Enquanto isso, trabalhadores, suas famílias e a parte da população de Florianópolis indignada com o ataque à uma empresa pública que oferece um serviço de qualidade reconhecida, realizaram um ato histórico no domingo (31).

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Debaixo do sol de mais de 30 graus, eles ocuparam as ruas de Florianópolis em defesa dos direitos da categoria e da Comcap 100% pública. Mais de 5 mil pessoas que, respeitando o uso de máscara e distanciamento, tomaram a Beira-mar Continental, no maior ato dos 45 anos de história da Comcap.

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A Polícia Militar proibiu a passagem dos manifestantes pela Ponte Hercílio Luz, que fica aberta aos finais de semana só para pedestres, sob a desculpa de que "comprometeria a estrutura da ponte". Quando a ponte foi inaugurada e 50 mil pessoas compareceram ao evento, não houve a mesma preocupação.

Os trabalhadores estão em greve há 12 dias lutando pela revogação da lei do prefeito Gean Loureiro que reduz os direitos dos funcionários da Comcap e libera a limpeza pública para empresas privadas.

Gean, o Intransigente, usa de todo o seu arsenal para calar a voz dos trabalhadores. Já chamou os garis que fazem a coleta do lixo e as Margaridas que varrem as ruas de privilegiados; e agora tenta taxá-los como criminosos e terroristas por resistirem contra a retirada de direitos.

Denúncias sobre terceirizadas contratadas

Três empresas terceirizadas foram contratadas pelo prefeito para realizar a coleta de lixo na capital catarinense. O trabalho realizado com eficiência pela Comcap nas últimas décadas, agora se realiza de forma caótica: enquanto nos bairros ricos caminhões de diferentes empresas passam mais de uma vez por dia, há bairros onde o lixo se acumula nas ruas.

Durante o final de semana, circulou nas redes sociais vídeo de um trabalhador de uma das terceirizadas, executando seu serviço de sandália e com o pé enfaixado. O Sintrasem também recebeu várias denúncias de irregularidades ambientais na prestação de serviços, como por exemplo a imagem de um caminhão de uma terceirizada despejando o chorume do lixo em um bueiro.

Uma Carta/Convite foi distribuída no final de semana, assinada por dezenas de entidades, chamando para uma concentração na Assembleia Legislativa nesta segunda-feira, 01/02. As mais variadas entidades estão se mobilizando para defender os trabalhadores e a empresa pública e denunciam:

“É o regime de escravidão para garantir o lucro de empresários gananciosos que não respeitam direitos trabalhistas e que sonham em daqui a pouco meter a faca no bolso dos contribuintes através do aumento das tarifas de coleta de lixo.

Florianópolis, sua população, não merece isso. Mas, a coisa vai além. O DEM, o PSDB, o desembargador, os empresários, estão experimentando aqui o que sonham para todo o Brasil.”