Trabalhadores da Ford lançam Comitê de Luta em Defesa do Povo e Contra a Carestia
Os comitês vêm sendo lançados em todo o país por diversas categorias CUTistas e entidades que vêm organizando suas bases em defesa do Brasil e dos brasileiros
Publicado: 13 Maio, 2022 - 12h36 | Última modificação: 13 Maio, 2022 - 16h22
Escrito por: Walber Pinto | Editado por: Marize Muniz
Os trabalhadores e as trabalhadoras da Ford, no ABC Paulista, lançaram nesta sexta-feira (13), o Comitê de Luta em Defesa da Classe Trabalhadora, pela Vida e Democracia. O objetivo é ampliar o diálogo com a sociedade, organizar a luta para reconstruir o Brasil, e mostrar que a vida do povo piorou com o desgoverno de Jair Bolsonaro (PL), que ignora as altas taxas de desemprego, juros e inflação, as três de mais de dois dígitos.
“A comida está cara por uma escolha desse governo. Temos que dizer isso. Não é culpa da guerra [da Rússia contra a] Ucrância, é do governo federal, e isso começou com o governo [de Michel] Temer e piorou com Bolsonaro”, disse Fausto Augusto Jr, diretor técnico do Dieese, durante o lançamento do comitê de luta dos metalúrgicos da Ford.
Para ele, é importante fazer o debate da carestia porque a dona de casa sente a alta da inflação nos preços do tomate, do arroz, da banana e a escalada de preços vai continuar até a eleição de 2 de outubro que vai escolher o novo Presidente da República.
“A inflação não vai baixar até a eleição, se a gente ganha, temos uma tarefa dura”, afirmou Fausto Jr, se referindo a possibilidade de o ex-presidente Lula ser eleito como indicam todas as pesquisas de intenções de voto feitas aé agora.
“A dona de casa sente, as pessoas sabem que está tudo caro, temos que dizer que a culpa não é da pandemia, da guerra na Ucrânia, dos governadores. Temos que dizer que a culpa é do Bolsonaro”, afirmou.
Desde que a direção da CUT lançou o projeto, em 22 de fevereiro, os comitês de luta estão sendo criados nos locais de trabalho, de moradia e nas comunidades em todo o país. E devem ocupar vários espaços da sociedade e conversar com todas as pessoas, mesmo aquelas que votaram no atual presidente e se arrependeram, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC), Moisés Selerges.
“Temos que nos dedicar a eleição do presidente Lula. Conversar com o povo seja na igreja, no bairro, nos comitês, na família, nas comunidades. Falar por que a gasolina está cara, por que a carne está cara. A gente vai ter que visitar as comunidades e dialogar. Tudo isso a gente sabe fazer,” disse o dirigente, que comparou a gestão de Lula com o momento atual que o país vive.
Durante os oito anos de governo Lula “o país melhorou”, disse Moises, que citou a construção de universidades que possibilitaram às pessoas de baixa renda ter acesso a cursos superiores e o país ainda elegeu a primeira mulher para a Presidência da República.
“Há muito tempo atrás nós decidimos lutar por uma causa, e o comitê de luta dos trabalhadores da Ford na verdade já existia porque o PT é o partido da luta pelos trabalhadores do Brasil”, concluiu o presidente do SMABC.
Em sua breve fala, Paulo Cayres, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM-CUT), disse que a militância não pode ter medo de ir às ruas contra o fascismo. “Não vamos recuar para a fascista”.
Sobre os comitês de luta
Os Comitês de Luta vêm para reunir pessoas dispostas a compreender os problemas que afligem o Brasil, a refletir sobre as soluções desses problemas e a lutar por sua superação.
O objetivo é agir para chamar atenção sobre as causas das desgraças brasileiras e apontar os responsáveis pela crise social e econômica, além de dizer o que deve ser feito para construir uma nação justa e soberana, capaz de garantir vida digna para toda a população.
Os sindicatos e a militância sindical estão impulsionando a constituição desses comitês e animando a sua ação não apenas nas suas bases sindicais, mas também no seu território de representação se fazendo presente nos bairros, comunidade e locais de encontro e circulação da população em aliança com as pessoas e organizações que compartilhem desse mesmo objetivo.
Os Comitês de Luta assim como as Brigadas Digitais, são ações estratégias da CUT que buscam ampliar a organização, a representatividade e a força política e social do movimento sindical nas ruas e nas redes, fundamental para a obtenção de conquistas para a classe trabalhadora nas disputas deste ano e em todas as lutas que virão daqui para frente.