Escrito por: Redação CUT

Trabalhadores da Fundação Casa em greve por reajuste fazem passeata na Paulista

Em greve desde o dia 03 deste mês, os trabalhadores e trabalhadoras da Fundação Casa protestaram na Avenida Paulista. A categoria recusou proposta de reajuste de 6% 

Roberto Parizotti (Sapão)

Os trabalhadores e trabalhadoras da Fundação Casa, autarquia mantida pelo governo do estado de São Paulo, saíram em passeata na manhã desta terça-feira (16), pela Avenida Paulista em direção à sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

A categoria está em greve desde o dia 3 deste mês, reivindicando 15% de reajuste salarial, valorização profissional e mais segurança nas unidades. O governo ofereceu 6% de reajuste sobre o salpario e a remuneração e todos os benefícios dos servidores : vale-refeição, vale-alimentação e auxílios creche e funeral, aplicável a partir da folha de pagamento de maio, a ser creditada no mês de junho. Em assembleia os trabalhadores recusaram a proposta.

A Fundação Casa argumenta que concedeu 18,91% de reajuste para os servidores entre 2018 e 2022, e que "o governo estadual também realizará as avaliações de desempenho previstas no Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) relativas aos anos de 2017, 2018 e 2019, ao longo dos próximos três semestres, viabilizando a possibilidade de progressão funcional nas carreiras".

Roberto Parizotti (Sapão)

Até o momento foram feitas duas reuniões de conciliação no TRT, mas não houve acordo entre os representantes do governo e do Sindicato dos Trabalhadores nas Fundações Públicas de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente em Privação de Liberdade do Estado de São Paulo (Sitsesp).

Apesar de uma liminar que determina a presença de 80% do efetivo de servidores nas unidades da Fundação, sob pena de multa diária de R$ 200 mil ao sindicato, o SITSESP analisa que a paralisação “está sendo forte porque a categoria vem sentindo o peso dos anos que está sem valorização pela instituição patronal”.

A Fundação Casa conta com 9.520 funcionários ativos, em mais de 100 unidades espalhadas pelo estado de São Paulo, incluindo cinco centros de internação de adolescentes que cometeram atos infracionais graves, nas cidades de São José dos Campos, Taubaté, Jacareí, Lorena e Caraguatatuba. 5.000 adolescentes estão detidos nas unidades.

Segundo a autarquia, a segurança dos jovens está sendo mantida, apesar do sindicato não estar, segundo ela, cumprindo com a presença dos trabalhadores, de acordo com o que determina a liminar da Justiça.