Trabalhadores da LATAM denunciam demissão em massa no Galeão
Direção do Sindicato dos Aeroviários denuncia que estão demitindo para terceirizar. Essa forma de contratação que precariza a mão de obra está crescendo desde que a reforma trabalhista entrou em vigor
Publicado: 16 Abril, 2018 - 11h49
Escrito por: Sindicato Nacional dos Aeroviários
A direção do Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA) recebeu denúncia de demissão em massa no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, o Galeão, no Rio de Janeiro (RJ). Segundo um aeroviário que pediu para não ser identificado, mais de 20 profissionais foram dispensados somente na manhã desta segunda-feira (16).
O aeroviário afirmou que foram demitidos dois líderes, um supervisor, sete operadores de equipamento e mais de dez auxiliares de rampa.
O mesmo está acontecendo em outras bases, dizem representantes do SNA. Em Palmas (TO) foram dispensados nos últimos dias quatro profissionais da linha de frente, três de rampa, um supervisor e um agente de carga, informou o dirigente Mauro Sergio.
A direção do SNA afirma que o principal motivo das demissões é o processo de terceirização que toma conta dos aeroportos e ganhou mais força após a reforma Trabalhista, que entrou em vigor em novembro de 2017. A assessoria desta entidade ainda não recebeu nenhuma nota da empresa com posicionamento sobre as dispensas que estão sendo realizadas.
Medidas do Sindicato
A cláusula 41 da CCT (Convenção Coletiva de Trabalho), que aborda a necessidade de redução da força de trabalho, deve ser aplicada em casos de demissão em massa. Em muitas situações, o Sindicato consegue reverter a demissão, quando as empresas não cumprem o estabelecido no acordo. O texto completo da Convenção está disponibilizado em nossa página. A direção do SNA vai investigar o procedimento demissional e pede aos profissionais dispensados que entrem em contato com a entidade, caso acreditem que sua demissão foi irregular.
Selma Balbino, diretora do SNA, usa as demissões da LATAM como um gancho para fazer duras críticas à Reforma Trabalhista e também aos trabalhadores desinformados que comemoraram o fim do imposto sindical. “Somos contra o imposto obrigatório, mas a forma como a contribuição foi abordada na Reforma prejudica os Sindicatos. Quem quiser saber um pouco mais sobre o assunto, pode ler nossa entrevista com o porta-voz da CUT (Central Única do Trabalho), Quintino Severo. Esses mesmos profissionais que comemoraram um possível enfraquecimento das entidades sindicais, hoje podem sofrer gravemente os revezes da Reforma”, lamenta.