Escrito por: RBA

Trabalhadores da Sabesp decidem nesta terça se entram em greve contra privatização

Tendência é que servidores representados pelo Sintaema endossem a paralisação de 24 horas no próximo dia 3, que já conta com a adesão do trabalhadores do Metrô e da CPTM

Divulgação

Trabalhadores da Sabesp realizam assembleia nesta terça-feira (26) para decidir se vão aderir à greve geral no dia 3 de outubro, contra o plano do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de privatização dos serviços essenciais. Além da Sabesp, Tarcísio também pretende entregar à iniciativa privada todas as linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e do Metrô.

Na semana passada, ferroviários e metroviários decidiram paralisar as atividades por 24 horas no próximo dia 3. A tendência é que os trabalhadores da Sabesp, representados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de São Paulo (Sintaema), endossem o movimento.

A assembleia do Sintaema vai ocorrer virtualmente, a partir das 18h. De acordo com o presidente do Sintaema, José Antonio Faggian, a expectativa é reunir boa parte dos profissionais em todo o estado. Ele também espera a presença de parlamentares e representantes de outras categorias.

Prejuízo e lucro

Em entrevista ao Brasil de Fato, antecipou os impactos negativos de uma eventual privatização da Sabesp. Assim, ele afirmou que, no Brasil e no mundo, quando os serviços de saneamento passam para a iniciativa privada, há piora na qualidade dos serviços. Ao mesmo tempo, a tarifa dos serviços aumenta.

“O saneamento tem relação direta com a saúde da população, e por isso não pode ter como principal objetivo o lucro. A gente sabe que quando privatiza, o que fica prioritário para as empresas privadas é o lucro, independente da saúde da população, do bem-estar e do que quer que seja.”

Nesse sentido, ele ressaltou que os principais prejudicados, em caso de privatização da Sabesp, do Metrô e da CPTM, serão o povo de São Paulo e a classe trabalhadora. “A gente tem visto nos transportes, as linhas que foram privatizadas estão com problemas sérios: atrasando, o trem quebrando. O setor privado não presta contas e não faz os investimentos necessários”, afirmou Faggian.

Ouvir a população

Além da greve de 24 horas, os trabalhadores dos serviços essenciais estenderam por mais um mês, até o dia 5 de novembro, o Plebiscito Popular contra as privatizações. A iniciativa conjunta foi lançada no início do mês. Com urnas e cédulas em pontos de grande circulação de pessoas em todo o estado, os sindicatos querem dialogar com a população.

Desse modo, a pauta da greve do dia 3 vai exigir de Tarcísio que pare o processo de privatizações imediatamente, cancele os pregões de terceirizações do Metrô. Além disso, os trabalhadores querem que o governador consulte a população através de um plebiscito oficial.