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Trabalhadores da saúde de Porto Alegre denunciam condições  precárias de trabalho

Além de superlotação nas unidades de saúde e surto de contaminação de Covid-19 entre os profissionais de uma unidade de Pronto Atendimento, trabalhadores denunciaram falta de material 

Publicado: 23 Fevereiro, 2021 - 11h27 | Última modificação: 23 Fevereiro, 2021 - 11h32

Escrito por: Redação CUT

Reprodução
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Com lotação de quase 100% de pacientes com Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) das principais emergências de Porto Alegre, e Prontos Atendimentos (PAs) com  lotação dobrada, trabalhadores e trabalhadoras da saúde pedem socorro e protestam contra condições precárias de trabalho em um PA da capital gaúcha.

Trabalhadores da saúde do Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (PACS), na Vila Cruzeiro, realizaram um ato de protesto ao meio-dia desta segunda-feira (22) para denunciar a lotação do atendimento e o surto de contaminação de Covid-19 entre os profissionais, segundo reportagem da CUT-RS.

O ato foi organizado pela Comissão dos Trabalhadores do PACS, com o apoio da CUT-RS, Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), Sintrajufe-RS e parlamentares de oposição.

Eles denunciaram que há pacientes com Covid-19 esperando leito hospitalar, enquanto outros usuários, mesmo com suspeita de coronavírus, estão sendo “dispensados” pela falta de estrutura para atendimento. Os trabalhadores relataram que faltam até materiais básicos de higiene.

 Grave situação

“Este protesto é, na verdade, um pedido de socorro dos trabalhadores em relação à grave situação que nós estamos vivendo. Nós temos neste momento, enquanto ocorre o ato, em torno de 100 pessoas aguardando atendimento e apenas dois técnicos de enfermagem e dois médicos. Na sala vermelha (onde ficam os casos graves aguardando leitos em hospitais), temos 13 pacientes internados, um deles entubado”, denunciou o técnico de laboratório Alberto Terres, integrante da Comissão de Trabalhadores do PACS.

“De 1º de janeiro até o dia 19 de fevereiro, 22 servidores foram testados, sendo que nove positivaram para Covid-19, dois ainda não tinham recebido o resultado do teste e um se encontra internado em UTI”, ressaltou Terres ao reclamar da precarização das condições de trabalho e defender mais recursos para o Sistema Único de Saúde (SUS).

Precisamos garantir vacinação para todos

O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, afirmou que “a mídia precisa comunicar a população sobre o que está acontecendo aqui. O governo federal não está viabilizando as vacinas. Nós precisamos garantir a vacinação para todos, principalmente para os trabalhadores da saúde”.

Segundo ele, “a economia não vai voltar antes da vacinação. Aqui não tem leitos e não tem estrutura para fazer o atendimento aos pacientes. Precisamos denunciar e apontar os responsáveis por essa situação. O governador do Estado e o prefeito de Porto Alegre precisam tomar medidas, investindo dinheiro na saúde e garantindo a qualidade do atendimento”.

Salvar vidas é proteger os trabalhadores

O total de pacientes com Covid-19 nas UTIs da capitalé o maior desde setembro de 2020. O Rio Grande do Sul tem 11 regiões com a bandeira preta no distanciamento controlado e registrou nesta segunda-feira mais 49 óbitos, somando 11.810 vidas perdidas e 606.414 infectados.

“A economia, o dinheiro, precisa servir para salvar vidas. Neste momento, salvar vidas é proteger os trabalhadores da saúde, os trabalhadores das comunidades e a população mais vulnerável. Por isso, defendemos vacina já para todos e todas, auxílio emergencial para quem precisa e Fora Bolsonaro”, ressaltou Amarildo.

Fonte: CUT-RS com informações do Brasil de Fato e Extra Classe