Escrito por: SIndsaude=SP

Trabalhadores da saúde do estado de São Paulo decidem por paralisação no dia 28/6

Categoria reivindica diálogo e negociação da data-base (1° de março), reajuste de 5%, entre outros pontos. Mobilização será permanente até que o governo do estado retome a negociação

Em assembleia realizada na sexta-feira (16), trabalhadoras e trabalhadores da saúde do estado de São Paulo deliberaram por realizar uma paralisação com atos em frente às unidades nas quais atuam no dia 28 de junho. Além da assembleia, também na sexta-feira, houve manifestação contra a falta de negociação da Campanha Salarial por parte do governo com a categoria. A data-base é dia 1º de março, contudo, não vem sendo respeitada.

Além da paralisação no dia 28, profissionais continuarão com as mobilizações, toda quarta-feira, até que a categoria consiga negociar efetivamente. Entre outros pontos, a categoria também reivindica aumento salarial de 5%. Veja abaixo:

O que pede a categoria:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Diálogo com a população

 

Após a assembleia, trabalhadores seguiram em caminhada da rua Dr. Enéas de Carvalho de Aguiar em direção à avenida Dr. Arnaldo manifestando e protestando contra o descaso do governo.

 

Os profissionais fizeram uma parada na altura do número 355, onde fica a outra entrada da SES e continuaram o protesto. Durante as intervenções, os trabalhadores abriram para a população o demonstrativo de pagamento para denunciar como seus salários estão defasados.

 

Uma auxiliar de enfermagem que atua na saúde pública mostrou que seu salário-base é de R$ 463,37 e que para atingir o valor do salário mínimo estadual, que atualmente é de R$ 1.550 precisa ter uma complementação por meio de gratificações e de um abono complementar (artifício utilizado a há anos pelo governo do estado para não valorizar o salário-base do funcionalismo público).  

 

A consequência do abono complementar são as “farsas” propagadas por alguns políticos, como aconteceu na gestão de João Doria Jr., que gritou aos quatro ventos que estava concedendo 20% de reajuste, mas que incidia apenas sobre o salário-base, com impacto pífio sobre os salários.

 

“Conversação”

 

A direção do SindSaúde-SP explicou todo histórico da Campanha Salarial deste ano, durante a atividade, e lembrou a categoria que os representantes do Sindicato foram recebidos pelo secretário de Governo e Relações Institucionais, Gilberto Kassab, em 14 de março, quando se comprometeu em abrir um diálogo com a categoria. 

Somente no dia 3 de abril, o secretário de Saúde, Eleuses Paiva, recebeu o SindSaúde-SP. Na ocasião, o Sindicato apresentou a pauta da Campanha Salarial 2023 e cobrou respostas em relação às reivindicações, o secretário afirmou que será uma nova reunião para debater apenas “questões salariais”, o que até o momento não aconteceu. 

O SindSaúde-SP não desistiu, enviou e-mail com ofícios cobrando que fosse agendada a reunião, tentou dialogar com os assessores por telefone, mas o governo tratou com total descaso aqueles dedicam suas vidas a cuidar do outro, que se colocaram em risco durante toda a pandemia de Covid-19. 

Indignados, os dirigentes do SindSaúde-SP “montou campana” na entrada da SES, com o objetivo de protocolar um ofício com o pedido de reunião com o secretário Eleuses Paiva, para cobrar um posicionamento “URGENTE” sobre a implementação do Piso da Enfermagem e da Campanha Salarial 2023, que abrange todos os demais trabalhadores da saúde. 

O resultado foi o agendamento de uma reunião com Coordenadora da Coordenadoria de Recursos Humanos (CRH) da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Cida Novaes, que aconteceu em 30 de maio e compromisso de que o SindSaúde-SP poderia integrar um Grupo de Trabalho para discutir a reestruturação do Prêmio de Incentivo (PI). 

Na reunião com a CRH, tivemos um pequeno avanço em negociações locais, como é o caso dos(as) profissionais administrativos do Hospital Brigadeiro, que estavam sem receber o Prêmio de Incentivo Especial. Desde então, o pagamento foi efetuado com a promessa de quitação dos valores retroativos. Entretanto, não houve avanços nas questões salariais por não fazerem parte da “alçada da CRH”. 

Já no dia seguinte, na reunião do o GT do PI, onde além do SindSaúde-SP participam dois profissionais de cada uma das coordenadorias da SES (entre eles coordenadores e assessores), foi debatido sobre a formulação de uma minuta, que irá virar um projeto de lei. 

Apesar da reabertura desse diálogo com alguns setores da secretaria, o governo ainda não sentou com os trabalhadores para discutir o reajuste salarial é por isso, que os trabalhadores estão na luta.