Escrito por: Maísa Lima e Sindsaúde

Trabalhadores da Saúde: na linha de frente contra a Covid e há dez anos sem reajuste

Sindsaúde-GO realiza manifestação em frente ao Centro Administrativo, em Goiânia, e cobra pagamento da data-base

Jonhson Araújo
Trabalhadores fazem manifestação, sem descuidar dos cuidados sanitários exigidos pela pandemia

O Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde-GO) realizou na manhã desta quarta-feira (20) uma manifestação em frente ao Centro Administrativo, em Goiânia (GO). No ato, Tomando os devidos cuidados sanitários, a categoria reivindicou o realinhamento da tabela salarial, o pagamento da data-base (já são dez anos sem reajuste) e restabelecimento dos percentuais originais da gratificação de insalubridade, entre outros pontos de pauta.

“Apesar dos obstáculos, os trabalhadores da saúde têm permanecido na linha de frente do atendimento à Covid 19, sem recuar. A categoria tem se sacrificado bastante e está na hora do governador garantir condições de trabalho adequadas e a valorização profissional necessária”, cobra o presidente do Sindsaúde-GO, Ricardo Manzi.

De acordo com o sindicalista, a categoria acumula uma defasagem de 68,52% com o não pagamento da reposição salarial dos anos de 2007 a 2010 e de 2015 a 2020. Outra reivindicação é o cumprimento integral da Lei do Plano de Cargos e Remuneração (PCR Lei nº 18.464/2014). Nos últimos anos, os servidores tiveram perdas em relação à gratificação de produtividade e quanto ao adicional de insalubridade.

Previdência
Outra reivindicação do Sindsaúde é a suspensão da cobrança que passou a incidir sobre o salário dos servidores aposentados com a aprovação da Reforma da Previdência Estadual apresentada pelo governador Ronaldo Caiado (DEM) e aprovada pela Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) no fim de 2019 (EC 65/2019): quem contribuiu a vida inteira agora é tungado em 14,25% dos vencimentos e justamente no momento em que mais precisa.

Condições de trabalho
Além dos direitos trabalhistas, enfermeiros, técnicos, auxiliares e farmacêuticos, entre outros profissionais vinculados à Secretaria de Estado da Saúde (SES) cobram garantia do fornecimento adequado dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), insumos para o atendimento e a diminuição da sobrecarga de trabalho.

Organizações Sociais

Enquanto isso, unidades hospitalares geridas por Organizações Sociais (OSs) estão sendo devolvidas ao Estado deixando trabalhadores apreensivos e atendimento comprometido ante a falta de insumos, medicamentos e alimentação. É o caso do Hospital de Urgências da Região Sudoeste Dr. Albanir Faleiros Machado (HURSO), localizado em Santa Helena de Goiás.

O Sindsaúde está acompanhando a situação do hospital após o Instituto Brasileiro de Gestão Hospitalar desistir de administrar a unidade. A OS também afirmou que vai devolver ao Estado, o Hospital Estadual de Jaraguá Dr. Sandino de Amorim (Heja) e o Hospital Estadual Ernestina Lopes Jaime (HEELJ), localizado em Pirenópolis.

“É fundamental que a SES assuma a gestão dos hospitais estaduais abandonando à terceirização. A realização de concurso público e a gestão direta desses hospitais vão dar mais segurança ao trabalhador e aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), conclui Manzi.