Trabalhadores de Furnas consertam falha de empresa que provocou apagão em 3 regiões
Falha da empresa privada BMTE (controlada pela chinesa State Grid) provocou apagão nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, mas quem consertou foi o pessoal de Furnas
Publicado: 02 Junho, 2021 - 08h30 | Última modificação: 02 Junho, 2021 - 08h46
Escrito por: Redação CUT
Enquanto o Congresso Nacional discute medida provisória do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL), que autoriza a privatização da Eletrobras, os brasileiros são surpreendidos por dois apagões causados por falhas de empresas privadas, tão defendidas pelos técnicos do governo pela suposta eficiência. Esse é um problema real que pode se tornar mais comum do que muitos pensam no país, se a Eletrobras for privatizada.
E mais, pela segunda vez, as autoridades da área de energia tiveram de chamar os trabalhadores da Eletrobras para resolver o problema de forma rápida e eficiente.
Na semana passada, a BMTE, controlada pela chinesa State Grid, deixou a população das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, sem energia elétrica por algumas horas, não conseguiu resolver o problema e pediu socorro aos trabalhadores da estatal Eletrobras Furnas.
Segundo a Associação dos Engenheiros e Técnicos do Sistema Eletrobras (Aesel), na última sexta feira (28/05), entre 11 e 11h30 da manhã, ocorreu uma falha na linha de transmissão de uma das maiores usinas hidrelétricas do país, Belo Monte, no rio Xingu (PA), que provocou o desligamento de sete turbinas da usina.
O acidente tirou 4 mil megawatts do Sistema Interligado Nacional, deixando alguns municípios temporariamente sem energia elétrica. Os estados de Sergipe, Amapá e Mato Grosso do Sul foram os que mais demoraram a restabelecer o abastecimento.
A equipe técnica dos trabalhadores da estatal Eletrobras Furnas atuou de forma rápida e eficiente para garantir o pronto restabelecimento da energia, após a falha da BMTE e receberam um agradecimento formal do Operador Nacional do Sistema (ONS).
No Amapá foi pior
O caso chama a atenção por ser a segunda vez em menos de seis meses que empresas privadas de energia são responsáveis por apagões e falhas no sistema elétrico, e também é a segunda vez que os trabalhadores do sistema Eletrobras, empresa que pode ser privatizada pelo governo Bolsonaro faz o conserto evitando deixar a população às escuras.
A primeira vez foi em novembro do ano passado no Amapá quando o transformador da Subestação da empresa privada LMTE Isolux explodiu causando o apagão mais longo da história brasileira. O estado ficou sem energia elétrica em várias cidades por cinco dias e com racionamento sério por 22 dias. Outro problema encontrado foi que o equipamento reserva já se encontrava fora de operação há meses.
O restabelecimento da segurança energética do Amapá foi realizado pela estatal Eletrobras Eletronorte, tanto no fornecimento de um novo transformador, quanto na cessão de mão de obra de excelência no setor elétrico brasileiro.
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Segundo a Aesel este é um momento crítico para o setor elétrico por conta da maior seca dos últimos 90 anos. Os reservatórios das hidrelétricas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, responsáveis por 70% da geração hídrica do País, estão em declínio, o que pode afetar o abastecimento se grandes cargas forem retiradas do sistema.
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Empresas privadas põem em risco sistema energético do país
Em nota a Aesel diz que os dois casos em seis meses repetem um fato sintomático no setor elétrico brasileiro: falhas estruturais de empresas privadas colocam em risco a segurança energética de estados da federação e o restabelecimento da normalidade tem sido prontamente realizado por subsidiárias da estatal Eletrobras.
Chama a atenção que mesmo nesse contexto, o governo federal insista sistematicamente na privatização da Eletrobras. Tramita no Senado a MP1031/21 que autoriza e modela a privatização da Eletrobras.
“Insistir na privatização da Eletrobras em um cenário como esse de crise aguda é de enorme irresponsabilidade com o futuro do Brasil. Todos aqueles que insistirem em tocar esse processo adiante serão lembrados a cada desabastecimento de energia e a cada aumento da conta de luz. O Brasil não vai esquecer. Ou interrompe-se imediatamente o processo de privatização da Eletrobras ou as consequências serão sentidas por todas as nossas famílias e setores da economia brasileira”, encerra a nota da Aesel.
Para ler a nota da Aesel na íntegra, clique aqui