Escrito por: Luiz Carvalho

Trabalhadores do vestuário da CUT terão nova confederação

Com caráter amplo, organização quer estabelecer mesa nacional de negociação

Portal Brasil
Nova confederação representará todo o ramo do vestuário


Os trabalhadores de sindicatos do vestuário da CUT serão representados por uma nova confederação. Na prática, não tão nova assim, já que se trata da alteração da nomenclatura da CNTV (Confederação dos Trabalhadores do Vestuário) para CNTRV.

Porém, o ‘R’, de ramo, acrescido ao nome representa mais do que mera mudança da razão social, mas, principalmente, a ampliação da área de atuação para abranger toda a cadeia de produção do setor.

A atual direção da CNTV, eleita em abril, continuará a mesma e representará em torno de 300 mil trabalhadores em todo o país. Conforme destaca a atual presidenta da entidade, Francisca Trajano, o desafio continua organizar o segundo maior segmento da Central.

“Nosso segmento só perde para a alimentação e conta com 79% de mulheres e 49% de jovens, o que exige, a todo momento, trabalharmos a formação política. Especialmente, nessa conjuntura que temos vivido, de cortes, e aumento de impostos, como a tribulação que cresceu para 1,5% na indústria depois que o Plano Brasil Maior ofereceu isenção, o que ajudou bastante o nosso setor na concorrência com os importados”, explica.

Ainda sobre a concorrência com os produtos estrangeiros, Cida aponta que outro desafio é aprofundar a participação nas redes sindicais e de política global para discutir questões que afetam a classe trabalhadora de maneira mundial.

O primeiro passo, aponta, é estabelecer uma mesa nacional de negociação para definir parâmetros de direitos e ampliar a unidade no momento da negociação. “Quanto maior for a representatividade, mais condições de negociar acordos coletivos favoráveis aos trabalhadores do ramo vestuário”, explica.

Como nascem as confederações

A partir da definição do Artigo 533 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que define a constituição das associações sindicais de grau superior, uma confederação precisa de três federações para ter o registro. As federações, por sua vez, precisam ter cinco sindicatos filiados para serem reconhecidas.

A CNTVR nasce a partir da união entre as federações do ramo vestuário de Rio de Janeiro, São Paulo do Norte e Nordeste.

Segundo o secretário de Organização Sindical da CUT, Jacy Afonso, a mudança responde ainda a uma orientação da Central de fazer a luta a partir da questão classista.

“Além de ampliar a unidade, queremos fazer uma representação que vá alam da categoria e que seja amplamente democrática”, definiu.