Escrito por: Rosely Rocha
Categoria fará assembleias no dia 17 para confirmar a greve por tempo indeterminado. Sindicatos vão organizar ainda atos e manifestações em Brasília contra a privatização dos Correios
Inconformados com a aprovação pela Câmara Federal do projeto do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL), de privatização, os mais de 90 mil trabalhadores dos Correios preparam atos e uma greve por tempo indeterminado.
A decisão foi tomada em plenária nacional da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) , que discutiu além do combate à privatização, o andamento da campanha salarial 2021/2022. A decisão de greve foi confirmada em reunião da direção da entidade, na quarta-feira (11).
“A direção da Fentect reafirmou o calendário de deflagração da greve. Vamos realizar assembleia no próximo dia 17 [terça]. e iniciar a paralisação a partir das 22 horas do mesmo dia. A zero hora do dia 18 [ quarta] também faremos assembleias com o terceiro turno. A ideia é que com a adesão iniciemos uma greve por tempo indeterminado”, diz Emerson Marinho, secretário de Comunicação da Fentect.
A luta dos trabalhadores dos Correios também é em defesa dos direitos retirados pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) durante a campanha salarial. O TST retirou 50 dos 79 benefícios conquistados em Acordos Coletivos de Trabalho (ACT) anteriores, durante julgamento do dissídio coletivo em setembro de 2020.
O início da greve, na próxima quarta-feira (18), também faz parte do Dia Nacional de Luta contra a PEC 32, da reforma Administrativa, por direitos e empregos.
Grandes manifestações presenciais também estão sendo preparadas. A Fentect quer levar em caravanas um grande número de trabalhadores à Brasília, a fim de pressionar o Senado Federal para que não aprovem a venda do patrimônio público. A privatização precisa também ser aprovada pela Casa.
“ Durante os dias de greve vamos fazer balanços diários da mobilização e tirar atividades de caravanas a Brasília , entre outros atos”, afirma Marinho.
A CUT entrou nesta luta e por meio do site “Na pressão” é possível enviar mensagens aos senadores, por e-mail, WhatsApp e telefone para que eles saibam que a população é contra a venda de uma das empresas mais premiadas e eficientes do país, que tem mais de 90 mil trabalhadores e gera lucros bilionários. Somente no ano passado o lucro dos Correios foi de R$ 1,5 bilhão.