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Trabalhadores dos Correios vão intensificar mobilização e ampliar greve

Essa foi a orientação da direção da Fentect depois de mais uma rodada de negociação no TST frustrada pela intransigência da direção da empresa, que se nega a negociar e mantém a retirada de direitos

Publicado: 28 Agosto, 2020 - 09h53 | Última modificação: 28 Agosto, 2020 - 10h08

Escrito por: Redação CUT

Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A direção dos Correios manteve a postura de intransigência na segunda rodada da reunião de conciliação no Tribunal Superior do trabalho (TST), que tenta encontrar uma saída para encerrar a greve dos trabalhadores e das trabalhadoras, iniciada no último dia 17. A resposta dos trabalhadores foi ampliar a luta para garantir a manutenção dos direitos e empregos.

A categoria luta contra a retirada de 70 das 79 cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), conquistadas durante décadas de lutas, mais segurança para trabalhar durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), que já contagiou centenas de trabalhadores e contra a privatização da empresa.

Na pandemia, trabalhadores dos Correios têm de fazer greve para garantir direitos

A direção da Federação Nacional dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Fentect) afirma que a empresa está se aproveitando da pandemia para retirar direitos dos trabalhadores. “Os Correios não estão tendo prejuízos para querer readequar benefícios”, diz Amanda Corsino, diretora da CUT Nacional e secretária de Mulheres da Federação.

Na reunião de mediação desta quinta-feira (27), o ministro Luis Philippe Vieira colocou sua proposta oficialmente para tentar resolver a questão. Ele disse que contava com o bom senso e disposição das partes para chegar a um entendimento.

O ministro disse, ainda, que apresentaria a proposta e que as partes teriam até às 19h30 para se manifestar dentro do processo e que, caso não tivesse acordo, procederia com o andamento do Dissídio Coletivo de Greve (DCG).

A proposta do ministro consistia em manter todas as cláusulas da sentença normativa julgada ano passado pelo TST, sem reposição salarial.

A direção da Fentect se reuniu com representantes dos sindicatos filiados e mesmo sabendo que a direção da ECT dificilmente aceitaria autorizou o setor jurídico da Federação a se manifestar nos autos afirmando que levaria a proposta do ministro para assembleia com a disposição de defender sua aprovação, diante do contexto conjuntural que atravessamos.

Embora os dirigentes da Fentect tenham mostrado disposição e boa fé, o presidente dos Correios, general Floriano Peixoto, manteve sua sanha de retirar todos os direitos dos trabalhadores e informou ao TST que rejeitava a  proposta feita pelo ministro Luiz Philippe Vieira na tentativa de resolver o conflito.

Diante da manutenção da postura intransigente do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) e de Floriano Peixoto, que tem a clara intenção de destruir nossos direitos e empregos, a Fentect orienta os sindicatos e trabalhadores de todo país a intensificarem a mobilização e ampliar a greve, pois só com mobilização e luta a categoria vai conseguir barrar os ataques do governo Bolsonaro e de Floriano Peixoto.

A palavra de ordem para os próximos dias é ampliar nossa luta, pois só com ela iremos garantir a manutenção dos nossos direitos e empregos. A luta continua!, disse a direção da Federação em comunicado publicado nas redes sociais da entidade.

Conflito volta ao TST depois de interferência do STF

A direção dos Correios não aceitou o julgamento sobre as cláusulas que a estatal quer extinguir feito no TST, em outubro do ano passado, que manteve os direitos e supendeu o reajuste salarial, e apelou ao Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte Suprema alterou a sentença, interferindo no outro Tribunal, contrariando o princípio da negociação coletivca e causando insegurança jurídica, como mostra reportagem de Vitor Nuzzi, da RBA. 

Decisões do STF causam insegurança e contrariam princípio da negociação coletiva

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