Trabalhadores em educação de Minas Gerais decidem continuar em greve
Greve teve início em 11 de fevereiro. Entre outras reivindicações, categoria exige o cumprimento do Piso Salarial Profissional Nacional, a defesa do emprego e de uma educação pública de qualidade social
Publicado: 21 Fevereiro, 2020 - 11h59 | Última modificação: 21 Fevereiro, 2020 - 12h27
Escrito por: Rogério Hilário e Sind-UTE/MG
Os trabalhadores e trabalhadoras em educação do estado de Minas Gerais decidiram manter a paralisação, já que o governo do estado não atendeu à pauta de reivindicações da categoria.
Em assembleia estadual, realizada na última quinta-feira (20), pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), também foram aprovados os próximos passos do movimento grevista e um extenso calendário de lutas para fazer o enfrentamento ao governo de Romeu Zema (Novo).
Uma reunião de negociação chegou a ser marcada com a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), mas o governo cancelou a agenda.
Reivindicações
Em greve desde o dia 11 de fevereiro, os trabalhadores cobram do governo estadual o cumprimento do Piso Salarial Profissional Nacional, a defesa do emprego e de uma educação pública de qualidade social.
Eles também reivindicam a sanção da Emenda 2/2020, que garante isonomia salarial a todo funcionalismo. Romeu Zema apresentou o Projeto de Lei (PL) 1.451/2020, já aprovado em segundo turno no Plenário da Assembleia legislativa, que atualiza os vencimentos apenas dos servidores da Segurança Pública.
A categoria da Educação reconhece a importância do direito a essa parte do serviço público, mas também reivindica extensão na política salarial.
Apoio da CUT
Presente à assembleia da categoria, a secretária- geral da CUT Nacional, Carmen Foro, destacou o compromisso da Central com os trabalhadores, especialmente numa época de ataques aos direitos trabalhistas.
“Mas, apesar dos ataques deste governo, a classe trabalhadora tem se levantado em todo o Brasil. Creio que solidariedade e a coletividade entre nós farão com que possamos vencer esta batalha”, afirmou Carmen.
Para a dirigente, é preciso ter solidariedade com os petroleiros, que estão lutando contra a privatização da Petrobras, e com outras categorias em greve.
“Mais do que nunca os trabalhadores da educação e demais servidores precisam se unir, pois as reformas Administrativa, Tributária e as Propostas de Emendas à Constituição (PEC) e a extinção do Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação] são pautas do governo contrárias aos interesses dos trabalhadores”, afirma Carmen.
Segundo ela, é fundamental a greve da educação para forçar o governo mineiro a cumprir o piso e o conjunto da pauta, além de estimular os outros setores a entrarem na luta também.
Para a deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT/MG), presente também à assembleia, se a categoria não tivesse reagido com a deflagração da greve, os trabalhadores e trabalhadoras da educação seriam massacrados pelo governo de Estado.
“A greve é uma reação a uma situação insustentável. O governo não dialoga com as pautas estruturais da educação, não é possível ignorar o piso salarial, tirar a autonomia pedagógica de escola, não apresentar um calendário de nomeações do concurso público e ainda pegar o dinheiro da escola e colocar em outro setor”, afirma
De acordo com coordenadora- geral do Sind-UTE/MG, Denise Romano, a categoria seguirá pressionando o governo com várias atividades, inclusive durante o Carnaval
“Vamos realizar uma nova assembleia estadual no dia 5 de março, quando, na parte da manhã, estaremos numa grande vigília na Cidade Administrativa, sede do governo do Estado e, na parte da tarde, realizaremos a nova assembleia”, diz a dirigente.