Escrito por: CUT-RS

Trabalhadores, empresários e poder público discutem futuro da indústria no RS

Em São Leopoldo, Câmara Temática de Desenvolvimento Industrial foi instituída para recuperar a capacidade da indústria, que gera 40% dos empregos, e combater o processo acelerado de desindustrialização do país

Renata Machado - STIMMMESL

No Rio Grande do Sul, o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Leopoldo (STIMMMESL), cidade da região metropolitana de Porto Alegre, participou do ato de instituição e posse dos membros da Câmara Temática de Desenvolvimento Industrial de São Leopoldo, realizado na sede da Prefeitura, na manhã desta quinta-feira (9). A cerimônia reuniu representantes dos trabalhadores, empresários e poder público.

O STIMMMESL é membro da Câmara Temática, que tem como objetivo propor e envolver a sociedade num projeto que pretende desenvolver o protagonismo da indústria de São Leopoldo e combater o processo acelerado de desindustrialização do Brasil.

Atualmente, a cidade tem cerca 1.300 empresas que empregam 23 mil trabalhadores, o que representa  40% das pessoas com vínculo empregatício. Além disso, nos últimos 10 meses foram criados 3.327 novos postos de trabalho na indústria.

Renata Machado - STIMMMESL

Pensar o futuro da indústria

O presidente do Sindicato, Valmir Lodi, falou da importância de todos os setores participarem da Câmara Temática e defendeu que é fundamental qualificar a mão de obra “para que uma empresa não roube trabalhador da outra.”

“Precisamos que os trabalhadores tenham oportunidades e aumento de renda”, disse ele ao sugerir que a Câmara Temática tenha um projeto a longo prazo para além do governo atual e que incorpore cidades vizinhas. “Queremos andar juntos com o poder público e os empresários para melhorar o município”, destacou Valmir.

Representando o macrossetor da Indústria da CUT-RS, o diretor da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do RS (FTM-RS), Milton Viário, ressaltou que é visível a mudança de postura de todos os atores. “Não dá para exigir divisão da riqueza, se não produzimos riqueza. Não queremos encontrar com os empresários no fundo poço. Então, sem dúvida, esse tripé formado por poder público, empresários e trabalhadores é de grande importância para pensar o futuro da indústria”, declarou.

Para Milton, como município, existem inúmeras potencialidades e há a vocação industrial de anos em São Leopoldo. “As grandes empresas terão que puxar as médias e pequenas para todos alavancarem. As condições para pensar um futuro extraordinário nós temos, só precisamos trabalhar juntos”, salientou.

Não tem saída sem diálogo com seriedade

O prefeito Ary Vanazzi afirmou que é a primeira vez que tantas representações se reúnem na cidade. “Não tem saída no pós pandemia se não dialogarmos com seriedade”, frisou.

Ele enfatizou que a pandemia ainda não terminou, que há o surgimento de novas cepas e isso impacta toda a sociedade, inclusive a indústria.Para ele, "é preciso recuperar a capacidade da indústria".

“A indústria não parou aqui em São Leopoldo, sempre dialogamos com os empresários e trabalhadores e conseguimos gerar um grau de confiança entre nós. Sem dúvida, a Câmara Temática é fruto dessa sinergia”, disse.

Segundo Vanazzi, há muita expectativa na Câmara Temática para intensificar a qualificação da mão de obra dos trabalhadores da cidade. “A arrecadação que vem com isso é revertido para os moradores, através de educação, saúde e segurança”.

A Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos) também terá representação na Câmara Temática e apresentará estudos sobre o cenário industrial da cidade e da região. Um primeiro diagnóstico já foi apresentado na atividade.

Asssista à reportagem do Seu Jornal da TVT