Escrito por: Redação CUT
O número de trabalhadores em greve por melhores salários e contra o aumento recorde no custo de vida pode chegar a 500 mil, na maior greve de servidores britânicos desde 2011
Cerca de 500 mil trabalhadores de diferentes categorias realizaram, nesta quarta-feira (1º), a maior greve geral da história do Reino Unido na última década. Em 2011, mais de um milhão de trabalhadores do setor público fizeram uma paralisação por negociações sobre pensões com o governo.
A paralisação dessa semana reuniu professores, funcionários públicos, maquinistas de trem e motoristas de ônibus em luta por melhores salários e em protesto contra o aumento recorde no custo de vida.
Os sindicatos afirmam que entre os grevistas estão maquinistas de dez empresas ferroviárias, funcionários de 150 universidades, 300 mil professores e cerca de 100 mil funcionários de ministérios, portos e aeroportos, segundo o G1.
O ato, chamado pelos sindicatos de "Walk Out Wednesday", parou 85% das instituições de ensino, segundo os líderes do movimento.
Entre as reivindicações dos grevistas estão: aumentos salariais acima dos 5% ofertados pelo governo a professores; equiparação dos salários com a alta da inflação no Reino Unido; correção dos valores.
De acordo com os principais sindicatos do país, a remuneração média de funcionários públicos piorou em 203 libras (mais de R$ 1.500), na comparação com 2010 e com o custo de vida atual.
A inflação, bateu 10,5% em dezembro e dois meses antes chegou a 11,1%, um recorde em 41 anos.
A secretária-geral do Sindicato Nacional de Educação, Mary Bousted, afirmou à agência de notícias Reuters que os professores de seu sindicato sentiram que muitos estão deixando a profissão por conta dos salários.
A paralisação dos britânicos ocorreu um dia depois de trabalhadores pararem a França com uma greve e grandes protestos contra a reforma da previdência do país. O presidente Emmanuel Macron quer aumentar a idade para a aposentadoria e vem enfrentando forte resistência na sociedade.