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Trabalhadores na Construção Civil no...

Presidente da CUT-AM fala sobre avanços na organização sindical no estado e desafios para 2012

Publicado: 21 Dezembro, 2011 - 12h52

Escrito por: CUT Amazonas

 

Mais de 15 mil trabalhadores da construção civil dos municípios de Parintins, Itacoatiara e Coari foram beneficiados pela unificação da Convenção Coletiva da categoria. A iniciativa é mais uma ação da Central Única dos Trabalhadores – CUT/AM, que vinha sendo discutida com a representação patronal há dois anos. O primeiro resultado prático das negociações foi a unificação dos salários.

 

Os benefícios para os trabalhadores vão mais além: por força da Convenção as empresas são obrigadas a fornecer transporte aos seus empregados. “Como lá não tem ônibus, as empresas pagam moto-táxi pra o transporte do pessoal”, explica o presidente da CUT/AM, Valdemir Santana. Além disso, os funcionários que não tiverem falta têm direito a uma cesta básica. “Para os trabalhadores da construção o valor da cesta é de R$ 60,00 e, para os da montagem, a cesta é de R$ 80,00”, diz Santana.

 

Estruturar fisicamente e levar formação política aos trabalhadores e trabalhadoras rurais nos próximos anos é um dos maiores desafios da CUT. A Central já está em 43 dos 61 municípios amazonenses e em 2012 pelo menos outros quatro sindicatos de trabalhadores e trabalhadoras rurais deverão se filiar, pois o processo de discussão e organização já vem acontecendo há alguns meses. No início de 2011 a CUT contava com cerca de 50 sindicatos urbanos e rurais. Em dezembro, esse número passou para 93 entidades filiadas.

 

Na avaliação de dirigentes da CUT, os sindicatos rurais precisam se aparelhar e ter formação política para se preparem para desafios como a legalização das terras das famílias que trabalham na agricultura e são a base dessas entidades. “Sem a terra regularizada os trabalhadores e trabalhadoras não podem, por exemplo, participar no fornecimento da merenda escolar para o s municípios”, explica Valdemir Santana.

 

“Nós temos clareza que não basta crescer numericamente. É preciso avançar em conquistas que se traduzam em efetiva melhoria de vida para quem trabalha, seja na capital, nos centros urbanos ou no interior”, diz Valdemir Santana. Além disso,  para dar um salto político qualitativo tendo em vista consolidar projetos voltados para fortalecer a democracia e a participação popular, a CUT irá incentivar a presença das lideranças  sindicais no cenário políticos de todos os municípios onde estiver presente.

 

“Não basta apenas ter uma plataforma de reivindicações para apresentar aos gestores dos municípios e do Estado. É preciso que nós também tenhamos condições de formular e fazer acontecer políticas públicas que assegurem a realização daqueles pleitos tanto dos sindicatos quanto dos movimentos sociais”, diz Santana.

 

Fonte: Panorama Sindical - J. Rosha

 

 

CUT CRESCE NO AMAZONAS

 

Por Valdemir Santana

 

A CUT-AM está crescendo. Temos quase 100 sindicatos, estamos na maioria dos municípios, com a base dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, sobretudo, e representamos perto de um milhão de trabalhadores de todo o Estado. É um bom motivo para se orgulhar nesse processo iniciado há quase 30 anos, no ápice da derrubada da ditadura militar.

 

Mas, na medida em que crescemos, cresce também a responsabilidade. Há quase 10 anos estamos num cenário em que podemos crescer ainda mais, considerando o fato de que o atual governo foi apoiado pelos trabalhadores.

 

Mas, governo é governo, tem seus pontos fortes - como o crescimento econômico, inclusão de setores antes francamente excluídos, políticas públicas para mulheres, negros e outros segmentos marginalizados, dentre um rol de outros benefícios para grande parte da população.

 

No entanto, na correlação de forças políticas, está longe de ser aquilo que pretendíamos. Por isso, nossa responsabilidade é ainda maior com aquela parte da população ainda distante do acesso aos frutos das políticas até aqui realizadas. São quase 20 milhões de brasileiros ainda sob o estigma da miséria.

 

Em nosso estado, estamos dando um passo considerável na inclusão de parte destes 20 milhões, ampliando para o meio rural as ações da CUT. E ali o problema grave é a violência, o abandono, a ausência do poder público, a falta de organização de servidores públicos, entre outros tantos problemas.

 

Também na cidade temos convivido com a violência - as mulheres, de todas as idades e classe sociais, entre as maiores vítimas-, além de condições de trabalho que precisam melhorar muito nas fábricas do Pólo Industrial.

 

O cenário, portanto, não é tranquilo nem confortável. É desafiador e só teremos condições de consolidar nosso projeto político se mantivermos autonomia. Foi assim que nascemos, é assim que estamos crescendo e será assim que avançaremos nas lutas.