Escrito por: Valor Econômico

Trabalhadores na WEG continuam sem acordo de...

 

O Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Jaraguá do Sul e a WEG estão em queda de braço para definição de um novo acordo de redução de jornada de trabalho e salários. As negociações começaram há cerca de 15 dias, mas o sindicato decidiu pelo cancelamento das discussões na sexta-feira (5). Nesta terça (9), por meio de um comunicado, a WEG afirmou que ainda buscava solução para preservar os empregos e pedia para o sindicato rever o seu posicionamento.

A empresa fez uma nova proposta de 20% de corte na jornada e de 15% nos salários para cerca de 7 mil funcionários, depois que cancelou em maio um acordo que havia fechado em abril com os funcionários. O anterior previa 20% de redução salarial e 25% na jornada.

A WEG não deu entrevistas. Em nota, a empresa informou que, na sexta-feira, a diretoria do sindicato recusou o novo acordo. Ela continua insistindo para que a posição seja revista e "que permita aos funcionários votar na nova proposta".

O presidente do sindicato, Vilmar Garcia, disse que dos 23 diretores do sindicato 17 são funcionários da WEG. A maior parte deles garante que os trabalhadores não querem novo acordo e que já verificam melhora na demanda. "Não há motivo para redução de jornada e salário. Tem gente trabalhando aos sábados e domingos", afirmou Garcia.

A diretoria do sindicato pretende realizar nova assembleia apenas depois do dia 19 de julho, quando venceria o acordo anterior, se não tivesse sido cancelado. Garcia alegou que na nova rodada de discussões a WEG não aceitou nenhuma contraproposta do sindicato, como banco de horas, redução salarial de 10% e reposição do salário menor no futuro para o trabalhador. "A empresa só tem uma visão, a proposta que ela colocou", destacou.

A WEG decidiu por uma nova negociação depois que houve alterações no mercado, com ligeira melhora na demanda, principalmente de motores para linha branca. No comunicado de ontem, a empresa informou que "a redução iniciada em abril, aprovada por 72% dos trabalhadores, foi revista em função do aumento da demanda pela alteração temporária do IPI dos eletrodomésticos.

No entanto, a demanda na linha de motores industriais, que representa mais de 70% da produção, continua bastante reduzida".