Escrito por: Redação CUT
Manifestantes querem a demissão do diretor de gestão, Fábio Rito, que é a favor da privatização da empresa e tem efetuado cortes em direitos trabalhistas
Os trabalhadores da Casa da Moeda ocuparam na tarde de sexta-feira (10) a sede da empresa em protesto contra o processo de privatização promovido pelo governo de Jair Bolsonaro e as perdas dos direitos trabalhistas.
O estopim da revolta foi uma entrevista concedida na parte da manhã pelo diretor de gestão da Casa da Moeda,Fábio Rito, para a emissora de TV Globonews. Rito disse que seria necessário promover cortes para “tornar a empresa competitiva” e defendeu a sua privatização.
Durante a ocupação, que se estendeu até às 22:30h , os diretores se trancaram em suas salas em meio à revolta dos trabalhadores que pediam a saída do diretor. Em meio a vaias, diante do impasse, a diretoria da CMB solicitou escolta da segurança da própria empresa para sair.
A ocupação terminou com um abraço simbólico dos trabalhadores em torno do prédio da Casa da Moeda.
Acordo Coletivo vencido
Em 1º de janeiro venceu o Acordo Coletivo de Trabalho firmado entre a empresa e o Sindicato Nacional dos Moedeiros, que representa os dois mil trabalhadores e trabalhadoras da Casa da Moeda. Não houve entendimento para renová-lo. Com isso, a administração anunciou o fim de benefícios que constavam de cláusulas trabalhistas antigas.
Os trabalhadores têm relatado perdas como o adicional de insalubridade, a retirada do vale alimentação, cartão remédio e aumento do valor do plano de saúde em 75% para os dependentes, além da retirada da creche para os filhos dos trabalhadores e trabalhadoras.
Também haverá aumento da participação de cada trabalhador com as despesas como o custo do transporte (passará de 1% para 6% dos salários). A sede da Casa da Moeda está localizada no bairro de Santa Cruz, zona oeste do Rio, limítrofe com o município de Itaguaí, afastada da região central.
Em nota, o Sindicato Nacional dos Moedeiros (SNM) disse que "com a efervescência do momento, não coube outra saída à direção da Casa da Moeda senão convocar os diretores do Sindicato, onde há mais de cinco meses estavam impedidos, de forma arbitrária, de ingressarem na empresa, ao qual prestaram concurso para trabalhar e exercerem de forma legítima as atividades sindicais para as quais foram eleitos.
Bolsonaro mentiu para os trabalhadores da Casa da Moeda
Antes de ser eleito presidente, Bolsonaro dizia estar ao lado dos moedeiros na luta contra a privatização; agora, estatal sofre desmonte e está na mira do governo para ser vendida.
Bolsonaro afirmou que não iria privatizar a estatal alegando que isso seria um contrassenso. No entanto, sob pressão dos mercados e do ministro da Economia, Paulo Guedes, cedeu e colocou a Casa da Moeda no pacotão das 17 empresas que podem ser privatizadas.
“Eu sou sempre a favor de privatizar, mas com critério. No caso da Casa da Moeda, não existe critério para privatizar. Conte comigo, tamo junto”, afirmou o atual presidente em vídeo gravado antes de assumir o posto.
Com informaçãoes da Revista Fórum, Brasil 247 e SNM