Escrito por: Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região
Presidente do Banco Central esteve na Associação Comercial do Paraná (ACP), na capital paranense, nesta sexta-feira (11)
A CUT Paraná, CTB, UGT, Sindicatos de diversas categorias e movimentos sociais realizaram, na tarde desta sexta-feira, 11 de agosto, um ato em frente à Associação Comercial do Paraná (ACP), no Centro de Curitiba, para “recepcionar” o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, e exigir a redução da taxa básica de juros (Selic). Segundo divulgou a imprensa, Campos Neto estaria participando de um evento da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap) e ministrou uma palestra sobre o cenário econômico brasileiro.
Nos últimos meses, os trabalhadores têm realizado uma série de atos em dias de reuniões do Copom, comitê do Banco Central que define as taxas de juros. A última reunião do órgão, no dia 02 de agosto, definiu pela redução da taxa Selic pela primeira vez em quase três anos. A queda foi de 0,50 ponto percentual deixando o Brasil com a taxa de 13,25% ao ano. A decisão seguiu uma forte pressão não apenas dos movimentos sociais, mas do mercado e do setor produtivo. Contudo, ainda é considerada insuficiente por diversos especialistas e pelas entidades que representam os trabalhadores.
“Esse protesto é importante porque a taxa de juros reflete na economia, nos salários da classe trabalhadora e na vida de todos os brasileiros. Portanto, nosso recado, em alto e bom tom, para Campos Neto é: não dá mais para ir na contramão da economia e do desenvolvimento do Brasil. Nós queremos que nosso país avance!”, discursou o presidente da CUT Paraná, o bancário Márcio Kieller. “E nós sabemos que não é possível avançar enquanto o Banco Central, de forma independente e a serviço dos banqueiros, mantém uma taxa de juros tão alta, impedindo a geração de emprego e a distribuição de renda”, acrescentou.
“Se, desde o começo do ano, o Banco Central tivesse baixado os juros, já teriam sido liberados cerca de R$ 200 a 300 bilhões do orçamento da nação para investimentos sociais e na economia. Mas Campos Neto manteve os juros altos para beneficiar apenas os banqueiros, em detrimento da população brasileira, dos empresários e dos agricultores”, destacou o presidente da Fetec-CUT-PR, Deonísio Schmidt. “A inflação deste ano está estimada em 4%. Ou seja, não tem fundamento econômico ou justificativa para manter os juros em 13,25%”, concluiu.
“O Banco Central é responsável por desenvolver políticas que atendam as demandas do povo brasileiro, não os interesses dos banqueiros e dos grandes rentistas. Mas essa política de juros atual só desemprega, tira a comida da mesa e dissemina a miséria no nosso País”, lembrou a secretária-geral do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região, Cristiane Zacarias. “Por isso, nós precisamos estar unidos, fortalecer essa bandeira de luta e ir em busca de juros que vão ao encontro das necessidades da população pobre, periférica, preta e das mulheres trabalhadoras. Fora Campos Neto!”, finalizou.