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Trabalhadores vão cruzar os braços nesta sexta-feira (14) em todo o Brasil

Confira quais categorias vão parar e como será a mobilização da classe trabalhadora na greve geral contra reforma da Previdência de Bolsonaro e em defesa da educação e geração de empregos

Publicado: 13 Junho, 2019 - 16h12 | Última modificação: 13 Junho, 2019 - 17h12

Escrito por: Érica Aragão, Tatiana Melim e Rosely Rocha

arte: Alex Capuano/CUT
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Contra a reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro (PSL), que acaba com a aposentadoria de milhões de trabalhadores e trabalhadoras, contra os cortes na educação e por mais empregos, o Brasil vai parar nesta sexta-feira (14).

Além disso, tem atos marcados em mais de 200 cidades do país. Confira no mapa produzido pelo Armazém Memória e Comissão Justiça e Paz de SP com apoio da CUT e UNE.

Bancários, trabalhadores e trabalhadoras da educação pública e privada, eletricitários, metalúrgicos, petroleiros, químicos e urbanitários de todas as regiões do país já anunciaram a adesão à greve geral da classe trabalhadora, que promete ser a maior da história do país. Motoristas, cobradores, metroviários, ferroviários, portuários e demais categorias ligadas ao setor de transportes, como aeroviários, também aderiram à paralisação em todo o país.

Em entrevista ao Portal CUT, o presidente da Central, Vagner Freitas, mandou o recado para a classe trabalhadora: “A greve geral é de todos. Sexta-feira não é para ir trabalhar, é dia de ficar em casa. É dia de cruzar os braços e dizer que não aceitamos os ataques aos nossos direitos, à soberania nacional e à democracia”.

Confira as categorias que vão parar em todo o Brasil:

Bancários

Sexta-feira os bancos não abrem em todo país. Os bancários e bancárias aprovaram, em assembleias, a participação na greve geral contra a reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro (PSL).

Veja onde os bancários vão parar: São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Pernambuco, Paraíba, Dourados (MS), Mogi das Cruzes (SP), Acre, Alagoas, Baixada Fluminense (RJ), Bahia, Belo Horizonte, Brasília, Campina Grande, Ceará, Florianópolis, Guarulhos (SP), Ipatinga (MG), Juiz de Fora (MG), Jundiaí (SP), Macaé (RJ), Mato Grosso, Pará, Niterói (RJ), Patos de Minas (MG), Piauí, Piracicaba (SP), Rondônia, Santos (SP), Taubaté (SP), ABC Paulista (SP), Teófilo Otoni (MG), Uberaba (MG), todas as cidades do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Sergipe, Espírito Santo, Goiás, Maranhão e Mato Grosso do Sul, entre outras cidade em que os trabalhadores estão aprovando adesão à greve geral.

Educação Pública

Não vai ter aula nas escolas públicas Estaduais em todas as Regiões do país. De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) cerca de 4,5 milhões de trabalhadores da educação pública vão cruzar os braços nos 26 Estados e no Distrito Federal.

Em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais e Brasília 100% da categoria não vai para escola. Professores, professoras e o pessoal da administração vão participar de várias atividades durante o dia, como aulas públicas, passeatas, panfletagens, assembleias e atos políticos.

Os alunos não serão prejudicados pela paralisação, já que em grande parte das escolas a aula já tem data para ser reposta. O movimento estudantil está ajudando a mobilizar mais gente para a greve geral em defesa da educação pública e de qualidade.  

A paralisação, segundo a União Nacional dos Estudantes (UNE), é uma extensão das grandes mobilizações que aconteceram nos dias 15 e 30 de maio contra os cortes da educação, mas também participarão das paralisações do dia 14 contra os ataques aos direitos da classe trabalhadora.

O Fórum Nacional Popular da Educação, que reúne mais de 35 entidades nacionais, também está mobilizando o movimento e emitiu uma nota em defesa da luta por direitos e por uma educação pública e de qualidade.

Educação Particular

Em diversos Estados do país, cerca de 2 milhões de trabalhadores e trabalhadoras, entre professoras e funcionárias administrativos, de escolas particulares já anunciaram a paralisação. Em São Paulo, mais de 33 escolas vão fechar suas portas, segundo a Federação dos Professores do Estado de São Paulo e as trabalhadoras e os trabalhadores da rede anunciaram que as aulas serão nas ruas, como é o caso de Sorocaba.

Em outros Estados, como Goiás, Brasília, Minas Gerais, Pará, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Alagoas e Pernambuco centenas de escolas também aderiram.

Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (CONTEE), há um reforço das escolas e universidades católicas para participar da luta contra a reforma da Previdência, como orientou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que já anunciou publicamente sua posição contrária a medida de Bolsonaro, que se aprovada, acaba com aposentadoria de milhares de brasileiros e brasileiras.

Eletricitários

Os 14 mil trabalhadores e trabalhadoras do sistema Eletrobras prometem “um dia de luta e doação para o Brasil”, numa referência à nota da direção da estatal que notifica o desconto de um dia na folha de pagamento de quem aderir à greve geral.

Segundo o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), a categoria vai participar dos atos que ocorrem nas capitais dos estados, porém, promete que a população não vai ficar sem atendimento em caso de emergência no setor.

Metalúrgicos

O transporte parando ou não, os cerca de 550 mil metalúrgicos e metalúrgicas de 15 Estados de todas as Regiões do país vão ficar em casa na Greve Geral, segundo o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM).

No Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Ceará, Maranhão e Bahia as empresas metalúrgicas estarão fechadas em protesto contra os ataques do governo contra a classe trabalhadora.

Petroleiros

Todas as 13 bases da Federação Única dos Petroleiros (FUP) vão cruzar os braços. Segundo a entidade, haverá adesão dos trabalhadores próprios e terceizados do Sistema Petrobras na Amazonas, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro (Duque de Caxias e Norte Fluminense/Bacia de Campos), Minas Gerais, São Paulo (Campinas, Mauá, Barueri, Guararema, São Caetano e capital), Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

A maioria da base petroleira vai começar a parar a partir do primeiro minuto do dia 14, ou seja, a meia noite e um minuto.

Todas as refinarias vão parar - da maior, a Replan, até a menor, que fica em Mauá. Já viram o segundo turno fechadas.

Trabalhadores Químicos

Na Bahia, Rio de Janeiro, Pernambuco, Sergipe, São Paulo, no Amazonas e Rio Grande do Sul os cerca de 430 mil trabalhadores e as trabalhadoras do ramo químico da CUT, como petroquímicos, vidreiros, papeleiros, farmacêuticos, os que trabalham com minério e entre outros vão cruzar os braços a partir das 03 horas da manhã do dia 14 de junho.

Segundo a Confederação Nacional do Ramo Químico da CUT (CNQ-CUT), as máquinas de grandes empresas do ramo não vão funcionar nas primeiras horas do dia também e grande parte da categoria irá participar dos atos políticos que estão sendo organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.

Saneamento, energia e gás

A Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), que representa mais de 50 sindicatos, acredita que os 200 mil trabalhadores ligados aos setores de energia, gás e elétrico, no país vão aderir à greve geral contra a reforma da Previdência.  São trabalhadores de companhias estaduais de saneamento e federais do setor elétrico, além do gás.