Escrito por: CUT - RS

Trabalhadores voltam às ruas de Porto Alegre contra privatização da Corsan

O ato repetiu a grande mobilização do último dia 28 de junho, quando cinco mil gaúchos e gaúchas percorreram as ruas de Porto Alegre

Carolina Lima / CUT-RS

Centenas de trabalhadores e trabalhadoras tomaram as ruas de Porto Alegre nesta quinta-feira (22) e protestaram em defesa da água e do saneamento público e contra a privatização de empresas municipais e estaduais, como a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) e o Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE) da capital gaúcha.

A mobilização foi promovida pelo movimento “RS pela Água”, integrado pela CUT-RS, Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto do Rio Grande do Sul (Sindiágua-RS), pelo Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e pelo Levante Popular da Juventude, dentre outras entidades e movimentos sociais.

A concentração ocorreu no Largo Glênio Peres, onde os manifestantes saíram em caminhada pela Avenida Mauá até a sede do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Em seguida, eles percorreram a Rua Siqueira Campos aos gritos de “não à privatização”.

Abraço simbólico na Corsan

Ao chegarem em frente à sede da Corsan, no edifício do Banrisul, na Rua Caldas Júnior, os trabalhadores e as trabalhadores se deram as mãos e fizeram um abraço simbólico no prédio, sinalizando o compromisso com a defesa da empresa pública que atende 307 dos 497 municípios do estado.

O ato repetiu a grande mobilização do último dia 28 de junho, quando cinco mil gaúchos e gaúchas percorreram as ruas de Porto Alegre. O presidente do Sindiágua-RS, Arilson Wünsch, disse que as entidades estão novamente mobilizadas.

“Estamos nos aproximando das eleições e, uma vez mais, queremos demonstrar a importância da água e da Corsan públicas para garantir serviços de qualidade com preço justo”, destacou.

Água e saneamento são direitos essenciais para a vida

O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, apontou que foi mais um dia de luta. “Nós entendemos que essa é uma luta estratégica de toda a classe trabalhadora na defesa daquilo que é essencial para a vida, como é a água e o saneamento, e no caso específico feito por uma empresa como a Corsan, que entrega água boa, potável, de qualidade e a R$ 0,01 o litro na casa de milhões de gaúchos e gaúchas”, defendeu.

Para Amarildo, a privatização não atende aos interesses da classe trabalhadora. “Os governantes neoliberais querem passar para a iniciativa privada uma empresa lucrativa, para no dia seguinte da sua venda, a água custar 100%, 200% a mais do que é cobrado hoje. Por isso, continuamos na luta e entendemos que é uma luta estratégica e fundamental na defesa da vida, da democracia e de um estado com direitos como é o direito ao saneamento e a água”, enfatizou.

O dirigente da CUT-RS salientou ainda o papel da Corsan e a sua capilaridade no estado. “A Corsan tem forte enraizamento e inserção no RS. Uma empresa pública agora é alvo de interesses capitalistas e de governantes inescrupulosos. O Eduardo Leite, aliado com a política do ministro Paulo Guedes, tem a mesma pauta do Onyx, que está aí para vender patrimônio público. A Corsan é viável e está sendo entregue a preço de banana porque atrás dessas vendas tem muito interesse político e econômico”, assegurou.

Eleições decidem privatizações

Arilson ressaltou que as manifestações demonstram o quanto o povo gaúcho é contra a privatização da água. “Estamos numa grande luta na defesa da água pública. Nós conseguimos dar o recado para a sociedade gaúcha, que água é um bem de todos e não pode ter dono”, avaliou.

Para o presidente do Sindiágua-RS, a decisão sobre a privatização está colocada nas eleições. “Já que o governo Eduardo Leite roubou do povo o direito ao plebiscito, o plebiscito vai ser a própria eleição. O povo gaúcho vai decidir se quer a privatização da Corsan ou não. Estamos juntos contra a privatização da água”, frisou.

“Estamos em um momento decisivo, momento em que precisamos conscientizar a população sobre seu voto e sobre o que está em jogo. Como sempre dizemos, agora é a Corsan, logo mais será o Banrisul. Precisamos decidir nas urnas o futuro da sociedade gaúcha e, dependendo do que possa vir, poderá ser sombrio. Lutaremos incansavelmente até o último momento e novamente poder contar com todas essas pessoas aqui presentes nos dá ainda mais força”, ressaltou Arilson.