Transmissão da Covid está sem controle e país pode ter 7,4 mil mortes em alguns dias
Brasil completou 21 dias seguidos com mais de mil vítimas fatais de Covid-19, segundo a média de mortes pela Covid-19. Foram 1.050 vítimas nos últimos sete dias
Publicado: 11 Fevereiro, 2021 - 13h06 | Última modificação: 11 Fevereiro, 2021 - 17h43
Escrito por: Redação CUT
A taxa de transmissão do novo coronavírus no Brasil continua sem controle e apresentou leve oscilação negativa nesta quarta-feira (10), de acordo com o levantamento semanal do Imperial College de Londres que monitora o avanço da doença em diferentes países. De acordo com o índice, que é divulgado semanalmente, a taxa de contágio, o chamado Rt, é de 1,02, o que indica que a pandemia ainda não está em desaceleração no país.
A universidade britânica afirmou ainda que, segundo projeções feitas, o país pode registrar 7.460 óbitos de pacientes da Covid-19 até a próxima semana. O número representa uma diferença de 92 vítimas fatais em relação às mortes que foram contabilizadas em um cenário mediano. Na pior das hipóteses, as mortes podem chegar até 7.960.
A projeção brasileira só é superada pela do México (7.520), o terceiro país com mais mortes por Covid-19 no mundo. Os Estados Unidos, que se aproximam de 470 mil óbitos pela Covid-19, não integram o levantamento.
Já no Reino Unido, a taxa de transmissão segue em 0,86 e a da África do Sul se manteve em 0,66. Os dois países seguem acompanhando o avanço de novas cepas da Covid-19, assim como o Brasil.
Média móvel de mortes em alta há 21 dias
Nesta quarta-feira (10), o Brasil completou 21 dias seguidos com mais de mil vítimas na média de mortes pela Covid-19. Segundo o balanço do consórcio de imprensa, foram 1.050 vítimas nos últimos sete dias.
O país também registrou o quarto dia com maior número de mortes confirmadas pela Covid-19 em 24 horas, foram 1.357 novos óbitos, elevando o total de óbitos para 234.945 desde março de 2020, quando a pandemia teve início.
Na terça-feira (9), o Brasil registrou 1.340 novas mortes por Covid-19 — até então, a quarta maior marca verificada em 2021, e que foi superada nesta quarta-feira (10). O pior registro do ano foi em 28 de janeiro, com 1.439 óbitos computados.
Na sequência, aparecem 20 de janeiro (1.382) e 8 de janeiro (1.379). Isso não indica quando as mortes ocorreram de fato, mas sim a data em que passaram a constar dos balanços oficiais.
Foram 60.271 casos foram confirmados nas últimas 24 horas. Com isso, o total de infectados é de 9.662.305 desde o início da pandemia.
Fura-fila na vacinação
Desde o início da vacinação contra a Covid-19 no país, em 17 de janeiro, já foram registradas ao menos 2.982 denúncias de possíveis casos de “fura-fila” da imunização — o que significa que uma em cada 1.341 doses aplicadas no país teria sido endereçada a alguma pessoa fora dos padrões de prioridade estabelecidos.
Os estados que mais relatam os casos são: Rio Grande do Norte, com 640; Minas Gerais, com 589; e Rio de Janeiro, com 413.
Especialistas alertam que os casos de fura-filas podem ser ainda mais numerosos no país. Isso porque moradores de muitos municípios podem temer denunciar ou nem sequer ter acesso a mecanismos de denúncia. Além disso, os diferentes critérios de prioridade para vacinação de cada município dificultam a fiscalização e o trabalho dos Ministérios Públicos.
Imunização no país
Em todo o país, 4.321.678 pessoas receberam até agora a primeira dose. Na terça-feira (9), eram 4.052.986 vacinados.
Com os números desta quarta (10), o Brasil passou de 2% da população vacinada, mais precisamente 2,04%, um número ainda muito baixo diante da urgência de controlar a pandemia.
Nesta quarta, o Piauí também divulgou números da segunda dose e se juntou ao grupo que tem Distrito Federal, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Sergipe. Nesses lugares, 80.507 pessoas receberam a dose complementar.
Os cinco que mais aplicaram a primeira dose até agora foram Amazonas, com 4,1%; Distrito Federal, 3,5%; Roraima, 3,15%; Mato Grosso do Sul, 2,8%; e São Paulo, que assumiu o quinto lugar, com 2,38% da população vacinada.