Tristeza e revolta por assassinato cruel de jovem congolês morto por cobrar salário
Jovem de 24 anos foi espancado até a morte após cobrar salários atrasados no quiosque onde trabalhava no Rio, denuncia a familia. Assassinato cruel revolta internautas que pedem #JustiçaPorMoise
Publicado: 01 Fevereiro, 2022 - 10h54 | Última modificação: 01 Fevereiro, 2022 - 17h37
Escrito por: Redação CUT
A morte do jovem congolês, Moise Mugenyi Kabagambe, 24, cruelmente assassinado após cobrar pagamento de salário ao dono do quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, onde trabalhava como ajudante de cozinha, revoltou na familia que denunciou o crime, e mobilizou internautas que pedem #JustiçaPorMoise nas redes sociais.
O jovem foi encontrado morto na segunda-feira passada (24). A Polícia Civil do Rio de Janeiro está investigando a morte.
De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, a comunidade congolesa no Brasil divulgou uma carta de repúdio afirmando que Kabagambe foi espancado por cinco pessoas, entre elas o gerente do quiosque, com um taco de baseball.
"Esse ato brutal não somente manifesta o racismo estrutural da sociedade brasileira, mas claramente demonstra a xenofobia dentro das suas formas contra os estrangeiros", diz a nota de repúdio, lembrando que o Brasil é signatário de convenções que garantem a proteção dos direitos humanos.
Saiba o que é racismo estrutural
Ainda segundo a Folha, no sábado (29), amigos e familiares do jovem fizeram uma manifestação em frente ao quiosque. Eles seguravam cartazes pedindo justiça e dizendo que a comunidade congolesa no Brasil não vai se calar.
"Meu filho cresceu aqui, estudou aqui. Todos os amigos dele são brasileiros. Mas hoje é vergonha. Mataram ele. Quero só justiça", disse Ivana Lay, mãe do jovem, ao "Bom Dia Rio", da TV Globo.
"Uma pessoa de outro país que veio para cá para ser acolhido e vocês matam ele porque pediu o salário? Porque ele falou que estão devendo?", questionou Chadrac Kembilu, primo de Moise.
Nas redes sociais, a morte do jovem gerou comoção. Confira algumas postagens no Twitter, que vão dos perfis da Anistia Internacional, políticos e cidadãos indignados:
Moise Kabamgale e sua família deixaram o Congo na esperança de viver uma vida digna e com mais oportunidades no Brasil. Sonho que foi covardemente interrompido pelo racismo e pela xenofobia. Seu assassinato não pode ficar impune! #JusticaPorMoise https://t.co/sAvouP5oUS
— Anistia Internacional Brasil
Não podemos tolerar que o nosso país seja palco de tamanha barbárie!Moise e sua família merecem ter justiça.
— Reginaldo Lopes
Me reuni ontem com o Subcomitê da ONU sobre a Prevenção da Tortura.
O sistema de justiça brasileiro precisa agir e responsabilizar os perversos que cometeram esse crime pic.twitter.com/vzjA3VsR6y#JusticaPorMoise um trabalhador, refugiado congolês Moise Kabamgabe foi amarrado e espancado até a morte por 5 pessoas por cobrar o pagamento dos dias trabalhados. Foi brutal!
— CORINTHIANS ANTIFACISTA (@antifacoringao) February 1, 2022
Militância vamos repercutir esse caso absurdo. Juntos por justiça e em defesa dos direitos humanos. pic.twitter.com/YnKmqRKtbVFamíliares e amigos do congolês Moïse Kabamgabe pedem justiça. O jovem foi amarrado e morto em um quiosque na Barra da Tijuca, após cobrar os salários atrasados. pic.twitter.com/8pBnac9YP0
— Alerta Rio 24 Horas (@alertario24hrs) January 31, 2022
O assassinato selvagem do congolês Moise Kanagambe não pode ficar impune. Moise foi amarrado e espancado até a morte depois que ele cobrou o pagamento dos salários atrasados no quiosque Tropicália, onde trabalhava na Barra da Tijuca. Revoltante e inaceitável. Justiça para Moise! pic.twitter.com/lIQwM7Y3SQ
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) January 31, 2022