TRT-15 nega pedido de liminar e greve dos trabalhadores da Método é mantida
Na decisão, desembargador da Justiça do Trabalho alega que o serviço não é essencial e marca audiência de conciliação para próxima quarta-feira (17)
Publicado: 12 Novembro, 2021 - 17h44 | Última modificação: 12 Novembro, 2021 - 17h50
Escrito por: Alessandra Jorge, Imprensa Sintricom SJC e Litoral Norte | Editado por: Rosely Rocha
A Método Potencial, empresa terceirizada que presta serviços de manutenção de rotina na Refinaria Henrique Lage (Revap) em São José dos Campos (SP), teve seu pedido de liminar para encerramento da greve ou manutenção de no mínimo, 50% do efetivo trabalhando, negado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 15ª. Região de Campinas (TRT-15).
Para a Justiça do Trabalho, os serviços prestados pela Método não são essenciais. Uma nova audiência de mediação e conciliação, por videoconferência, foi marcada para a próxima quarta-feira (17).
Trabalhadores continuam sem pagamento
Em assembleia na quinta-feira (11), na Portaria P4 da Revap, o presidente em exercício do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil, do Mobiliário e Montagem Industrial de São José dos Campos e Litoral Norte (Sintricom), Marcelo Rodolfo da Costa, relatou aos trabalhadores que teve três reuniões com a empresa , mas em nenhuma delas a Método informou quando irá pagar o salário de outubro e o vale alimentação que estão atrasados.
Há meses, a empresa tem atrasado pagamentos de salários, férias, rescisões e outros benefícios. Além do adiantamento do salário de outubro, os trabalhadores também não receberam a ajuda de custo (vale alimentação) de R$ 870,00 que deveria ter caído ontem.
A empresa chegou a enviar pelo WhatsApp uma mensagem aos trabalhadores para convencê-los a parar a greve. A mensagem tratava da transição para a empresa que irá assumir a prestação de serviços em seu lugar. Aqueles que voltassem ao trabalho hoje seriam colocados em aviso prévio.
Mas, sem o pagamento ou garantias de que irão receber os atrasados, a primeira parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de quase R$ 3 mil, além da primeira parcela do 13º salário e verbas rescisórias, os trabalhadores votaram pela manutenção da greve.
“Estão querendo usar a gente como pano de chão, tanto pela Método, quanto pela Petrobras. Já não pagou o nosso salário, vale e V.A. Querem que a gente entre pra assinar o aviso. Porque a Petrobras deu um ultimato pra ela [Método], ou acaba com a greve e põe pessoal lá dentro ou a gente vai rescindir contrato com vocês”, disse o presidente do Sintricom, Marcelo Rodolfo da Costa.
CUT no Vale do Paraíba e sindicatos apoiam a greve na Revap
A coordenação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Vale do Paraíba e Litoral Norte e sindicatos filiados tem demonstrado nas assembleias a importância da unidade sindical.
Já deram seu apoio os Sindicato dos Condutores do Vale do Paraíba e do Sindicato da Construção Civil de Jacareí (STIC MOB), Sindicato dos Petroleiros de São José dos Campos (Sindipetro-SJC), Sindicato dos Papeleiros de Jacareí, Sindicato dos Vidreiros do Estado de SP, Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté (Sindmetau) e Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba (Sindmetalpinda).
A adesão à greve atinge cerca de 95% do efetivo da empresa. Levantamento feito pelo Sintricom apontou no último dia cinco, que apenas 12 dos quase 400 trabalhadores da Método continuam na ativa.