Escrito por: RBA
Expectativa dos trabalhadores é se o governo do estado vai acatar a sentença ou recorrer em Brasília
Por unanimidade, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) considerou não abusiva a greve dos metroviários de São Paulo no mês passado e ratificou a manutenção do acordo coletivo da categoria. Os magistrados confirmaram a fixação de reajuste salarial na data-base (1º de maio). Agora, a expectativa fica em torno da reação do governo estadual, que pode acatar a sentença, pondo fim ao processo, ou recorrer ao Tribunal Superior do Trabalho (TST). Os metroviários já iniciaram a campanha virtual #MetroNãoRecorra.
Em 19 de maio, a categoria chegou a entrar em greve, suspensa depois de audiência no próprio TRT. Em assembleia, os trabalhadores aceitaram proposta conciliatória, mas a empresa discordou, levando ao julgamento do dissídio coletivo. Por 11 a 0, o TRT de São Paulo confirmou o reajuste de 7,79%. Esse índice será aplicado também nos vales alimentação e refeição. E os adicionais noturno e de férias serão reduzidos temporariamente.
O Sindicato dos Metroviários de São Paulo, que organizou protestos durante o dia, afirma que a companhia rompeu a “cláusula de paz” acordada nas negociações intermediadas pela Justiça do Trabalho, pela qual não haveria punições, nem descontos. “Os salários de maio vieram com o corte dos adicionais. Conforme havia ameaçado, o Metrô está cumprindo apenas o que consta na CLT. A maldade é tanta que até o auxílio-creche de pais e mães que têm filhos especiais foi cortado.”
Além disso, o sindicato ficou ameaçado de perder sua sede, no bairro do Tatuapé, na zona leste paulistano. O governo estadual leiloou o terreno. Os metroviários prometem resistência.