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Um em cada 4 brasileiros não consegue pagar todas as contas do mês

Sobram dívidas e falta dinheiro até para pagar as contas de água e luz, segundo pesquisa da CNI. Para 42% dos brasileiros, a situação econômica pessoal piorou em relação a três meses atrás

Publicado: 08 Agosto, 2022 - 12h08 | Última modificação: 08 Agosto, 2022 - 18h51

Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

Roberto Parizotti (Sapão)
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Um em cada quatro brasileiros não consegue pagar todas as contas do mês e as dívidas se acumulam, segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nesta segunda-feira (8).

As contas de luz e de água estão no topo das que mais têm sido atrasadas:

. 34% dos entrevistados já atrasaram contas de luz ou água,

. 19% deixaram de pagar o plano de saúde, e

. 16% tiveram de vender algum bem para quitar dívidas.

Sem conseguir sair do negativo, a maioria da população (64%) precisou cortar gastos desde o início do ano. Os primeiros cortes foram nos gastos com lazer, seguido por compra de roupas e calçados, depois desistência de viagens.

Mas, o orçamento apertado provocou mudanças mais drásticas no dia a dia do brasileiro, como parar de comer fora de casa (45%), diminuir gastos com transporte público (43%) e deixar de comprar alguns alimentos (40%).

O levantamento da CNI também mostrou que a cada cinco brasileiros, pelo menos um precisou pedir empréstimo ou contrair dívidas nos últimos doze meses. Para 42%, a situação econômica pessoal piorou em relação a três meses trás. Outros 16% acham que ainda vai piorar mais até o final do ano.

Sem conseguir sair do vermelho, 69% da população não conseguem guardar dinheiro para emergências, nem tampouco planos futuros.

“O estudo mostra os efeitos da situação econômica do país nos hábitos da população. O aumento de preços de produtos como gás de cozinha, alimentos e combustível impacta diretamente no orçamento das famílias e isso reflete na redução do consumo de uma forma mais ampla”, disse o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.

A pesquisa CNI avaliou, ainda, a percepção da população sobre os aumentos. Gás de cozinha lidera o ranking de produtos cujos preços mais subiram nos últimos seis meses na percepção da população. Nesta edição da pesquisa, 68% disseram que o valor do gás está maior contra 56% em abril.

Em seguida, aparece os itens alimentos, conta de luz e combustível. Mais da metade dos brasileiros destacam o aumento desses itens. A percepção de alta dos preços de itens como arroz e feijão e carne vermelha também cresceu bastante em relação à pesquisa de abril, com aumento de mais de 10 pontos percentuais em julho.

Diante do aumento dos preços, a maioria da população (68%) pechinchou antes de fazer uma compra este ano e utilizou o cartão de crédito (51%). O famoso “comprar fiado” fez parte da realidade de 3 em cada 10 brasileiros este ano, mais que cheque especial, crédito consignado ou empréstimo com outras pessoas, que tiveram menos de 15% de uso cada um entre os entrevistados.

A pesquisa encomendada pela CNI para o Instituto FSB Pesquisa é a segunda realizada no ano com foco na situação econômica e hábitos de consumo da população. Foram entrevistados, presencialmente, 2.008 cidadãos em todas as unidades da federação entre os dias 23 e 26 de julho.