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UNE divulga nota em solidariedade a garota estuprada no campus da UFBA

Publicado: 20 Agosto, 2008 - 11h45

Escrito por: UNE

   Entidade também cobra mais segurança no campus 

Uma estudante da Universidade Federal da Bahia (UFBA) foi violentada por volta das 10h30 desta terça-feira (19) no campus de Ondina. Segundo testemunhas, a estudante foi rendida quando esperava o horário da aula, nos fundos da Faculdade de Dança, e depois seguiu por um trajeto usado como atalho, que liga os prédios das faculdades de Letras e Dança.  

Em solidariedade, a presidente da UNE, Lúcia Stumpf divulga nota "lastimando profundamente que a prática da violência sexual ainda seja tão comum em nossa sociedade". "Mesmo sendo considerada crime passível de punição com reclusão, e embora a Constituição de 1988 reconheça a igualdade de direitos entre homens e mulheres, a violência sexual está presente na vida de milhares de mulheres diariamente, sobretudo jovens.

Não basta alcançarmos a igualdade na lei, é preciso alcançá-la na vida. Para isso, é essencial que o Estado assuma definitivamente a responsabilidade pela equiparação entre homens e mulheres, protegendo as parcelas historicamente desfavorecidas e propiciando políticas públicas de inclusão e proteção contra a violência", aponta um trecho do documento.  

O paradeiro do criminoso ainda é desconhecido. A vítima depôs na 14ª Delgacia, na Barra, onde, segundo a delegada Vânia Matos, disse que foi abordada para um assalto e, como não tinha objetos de valor ou dinheiro, começou a sofrer ameaças.  Ainda segundo a delegada, o criminoso ficou nervoso com a presença de seguranças do campus e a vítima sugeriu que ele seguisse por um local por onde poderia fugir. No caminho, ele encontrou uma construção abandonada, onde praticou atos de violência sexual contra a garota. Todo o ataque durou 1h25min.

Logo após o crime, a jovem buscou ajuda na faculdade de Letras, onde foi atendida por uma professora que não foi identificada. ProtestoCerca de 100 estudantes ocuparam a Reitoria da Ufba, no Canela, pedindo justiça e segurança.  O vice-reitor da Ufba, Francisco Mesquita, conversou com os manifestantes e acordou que formaria um conselho na quarta-feira (20) para decidir, com a participação dos estudantes, quais providências tomar para diminuir a insegurança no campus.  Leia a nota na íntegra:A União Nacional dos Estudantes se solidariza com a aluna da UFBA que foi estuprada no campus universitário de Ondina na manhã de 19 de agosto.

Lastimamos profundamente que a prática da violência sexual ainda seja tão comum em nossa sociedade. Segundo dados da ONU, cerca de 33% das mulheres entre 16 a 49 anos de idade sofrem algum tipo de abuso sexual . Ainda segundo essa pesquisa, as mulheres latinas são as mais expostas à violência sexual, sendo que as cidades latino-americanas a possuem taxa média de violência sexual de 5% dos atos de violência praticados, contra 2,4% das cidades africanas e 1,6% nas cidades asiáticas. Sabemos que a prática da violência sexual é histórica e está ligada à idéia de que as mulheres são propriedade e objeto.

Mesmo sendo considerada crime passível de punição com reclusão, e embora a Constituição de 1988 reconheça a igualdade de direitos entre homens e mulheres, a violência sexual está presente na vida de milhares de mulheres diariamente, sobretudo jovens.  Não basta alcançarmos a igualdade na lei, é preciso alcançá-la na vida. Para isso, é essencial que o Estado assuma definitivamente a responsabilidade pela equiparação entre homens e mulheres, protegendo as parcelas historicamente desfavorecidas e propiciando políticas públicas de inclusão e proteção contra a violência. 

Portanto, a UNE exige:
» Mais investimentos em segurança nos campi das universidades!
» Busca e prisão do agressor da estudante, o poder público não pode tratar a violência de gênero como algo secundário!
» Pela ampliação do número de Delegacias da Mulher! Nenhum município pode prescindir de ter uma DDM funcionado 24 horas por dia!
» Pela universalização dos serviços de atendimento à vítima de violência sexual, com apoio médico e psicológico às vítimas!
» Por uma educação não sexista nas escolas e universidades!
» Uma vida sem violência é um direito das mulheres e peça fundamental da construção da democracia!