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União de sindicatos, empresários e sociedade civil é exaltada em ato pela democracia

Durante leitura da Carta em defesa da democracia, a união de representantes da sociedade civil brasileira que exigem o respeito ao resultado das urnas eletrônicas nesta eleição, foi exaltada em discursos

Publicado: 11 Agosto, 2022 - 13h27 | Última modificação: 11 Agosto, 2022 - 18h00

Escrito por: Rosely Rocha | Editado por: Marize Muniz

Roberto Parizotti (Sapão)
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A leitura da Carta às Brasileira e Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito, na Universidade de Direito do Largo São Francisco (USP), na manhã desta quinta-feira, 11 de Agosto, já entrou para a história de resistência e luta do povo brasileiro em defesa da democracia e das eleições livres e soberanas. Além de uma multidão do lado de fora, participaram da cerimônia representantes da CUT, das demais centrais, dos movimentos sociais, juristas, empresários e artistas que, unidos, defenderam o respeito ao resultado das urnas nas eleições de outubro deste ano. 

O ato foi uma resposta da sociedade civil aos ataques que o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), tem feito ao sistema eleitoral brasileiro, colocando em dúvida a segurança das urnas eletrônicas, sem apresentar indícios e muito menos provas. 

Roberto ParizottiRoberto Parizotti

Com a adesão de mais de 910 mil assinaturas, a Carta em defesa da democracia, é mais do que um simples documento exaltaram as autoridades convidadas a discursar no ato.

A presidenta em exercício da CUT-SP, Telma Victor, destacou a representação do eleitorado feminino com mais de 50% da população, e a unificação desse dia histórico para o Brasil.

“Estamos unificados nesse momento histórico para o nosso país, em nome da democracia, para que ela prevaleça. Juntamos todos e todas aqui nesse espaço que, para além da democracia, é um espaço histórico de grandes transformações e oportunidades para o nosso país”, disse.

“Temos a unidade não só de trabalhadores e trabalhadoras, mas de todas as organizações sociais do nosso país. Já estamos alcançando quase um milhão de assinaturas nessa carta aos brasileiros que reflete a realidade que vivemos com a atual conjuntura de perda dos postos de trabalho; e da falta de condições de ter uma renda mínima para sustentar suas famílias”, completou.

Pelo retorno da comida já, na mesa dos trabalhadores e das trabalhadoras e de todas as famílias nesse país
- Telma Victor
Roberto ParizottiRoberto Parizotti
Telma Victor

A dirigente fez questão de lembrar das vítimas da Covid-19, muitas delas poderiam ter sobrevivido se o governo tivesse agido com seriedade, rapidez e eficiência no controle da disseminação e na compra de vacinas. "Cada um e cada uma aqui presente, os companheiros e as companheiras que nos acompanham nas redes redes perdeu um ente querido e a gente sabe de quem é a culpa", disse a presidenta em exercicio da CUT-SP.

Telma encerrou sua fala em defesa da democracia, afirmando que é preciso aceitar o resultado das urnas e que homens e mulheres, trabalhadores e trabalhadoras estão sempre na luta pela democracia.  

Sérgio Nobre, presidente nacional da CUT, elogiou a participação do movimento sindical e dos dirigentes e militância cutista nos atos e manifestações. Ele  destacou a fala da presidenta em exercício da CUT São Paulo, Telma Victor, representante a CUT, na leitura do manifesto e na Carta aos Brasileiros.

“A companheira Telma representou a luta da classe trabalhadora e lembrou dos mais de 680 mil brasileiros e brasileiras que perderam a vida para a Covid-19, número que poderia ser bem menor não fosse o negacionismo e boicote à vacina por parte do governo criminoso de Bolsonaro”, disse o presidente Nacional da CUT.

Leia mais Carta da USP: dirigentes da CUT ressaltam importância do documento em ato em SP

Entidades e profissionais em defesa da democracia

Na abertura do ato, o reitor da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, Carlos Gilberto Carlotti Junior, destacou que assinaram a carta juristas, advogados, jornalistas, engenheiros, médicos e profissionais de todos os setores da sociedade, e de todas as etnias.

“É dever das sociedades paulista e brasileira, em união, defender a democracia, a justiça e o sistema eleitoral com urnas eletrônicas. Que seja respeitada a soberania. Queremos um processo sem intimidações”, afirmou

Quem agredi a democracia não respeita o saber
- Carlos Gilberto Carlotti Junior

O membro da Comissão Arns e do comitê que lançou o manifesto em defesa da democracia, Oscar Vilhena Vieira, destacou que o manifesto não é partidário.

“É um momento solene onde as principais entidades civis vêm celebrar seu compromisso com a democracia que está sendo questionada de maneira vil e violenta”, afirmou.

Temos aqui os principais movimentos sociais que lutam por dignidade e direitos humanos. Dada a gravidade do momento todos foram capazes de transcender diferenças e lutas para se juntar a uma única luta que é a luta pela democracia. Estado de Direito sempre!
- Oscar Vilhena Vieira

 

Roberto ParizottiRoberto Parizotti
Pateo externo da Faculdade de Direito da usp


Demais centrais sindicais também defendem a democracia

O representante da União Geral dos Trabalhadores (UGT) Francisco Caninde Pegado reafirmou que o país está na caminhada rumo à democracia plena.

“Nossa caminhada não pode ser interrompida por ninguém até que  odos os brasileiros tenham educação, saúde, alimentação, moradia, trabalho digno e bem estar social  como apregoa a Constituição brasileira”, disse.

Para Pegado, a carta em defesa do estado democrático de direito é plural porque não define classe social, gênero, partido político, e não tem religião, assim como é plural a nossa Nação laica.  

“Este documento institucional não é um bilhete, nem uma cartinha como alguém insinua. Respeitem a carta, que é uma peça e artilharia de longo alcance e vamos usá-la como encouraçado pelo qual vamos lutar contra tudo e contra todos pra garantir o estado de direito sempre”, disse se referindo ao presidente Bolsonaro que chamou o documento de “cartinha”.

Já Miguel Torres, representante da Força Sindical, afirmou que não será admitido esse retrocesso e que a união de todos os setores da sociedade civil é fundamental para defender a democracia.

“Temos de defender a unidade, e aqui se respira a liberdade, a luta, a resistência, a democracia. Por isso, não é um ato simbólico, é um ato concreto em defesa da nossa democracia”, afirmou.

Antes de encerrar seu discurso, Pegado pediu para que as pessoas presentes votassem, como numa assembleia de trabalhadores, o comprometimento, de preservar a democracia a todo custo e foi prontamente atendido, com um grande sim.

Frentes também se uniram ao ato em defesa da democracia

O coordenador Nacional da Frente Brasil Popular, Raimundo Bonfim, destacou que a democracia nunca esteve tão ameaçada e atacada como agora e em função disso a Central de Movimentos Populares se une em torno desse movimento.

“Entendemos que pelo regime democrático superaremos a desigualdade social. A democracia é um farol e um alicerce por lutarmos por trabalho, renda, saúde, educação e moradia”, disse.

Nesta data vamos manter a democracia e impedir a volta da ditadura no país. Saudamos essa grande unidade em defesa das eleições livres, da soberania do voto; ditadura nunca mais, respeito
- Raimundo Bonfim

No encerramento, o diretor da USP, Celso Campilongo, ressaltou que o ato em defesa da democracia é de tranquilidade, serenidade e ao mesmo tempo uma festa.

Nesta data vamos manter a democracia e impedir a volta da ditadura no país. Saudamos essa grande unidade em defesa das eleições livres, da soberania do voto; ditadura nunca mais, respeito
- Celso Campilongo


Também discursaram em defesa da democracia e o respeito ao resultado das urnas eletrônicas em outubro, a advogada Beatriz Lourenço do Nascimento, coordenadora da Uneafro Brasil e membro da Coalizão Negra por Direitos; o empresário Horácio Lafer Piva, da Klabin; a socióloga Neca Setúbal; a presidente da OAB, secção São Paulo, Patrícia Vanzolini e o ex-ministro da Justiça, José Carlos Dias, atual presidente da Comissão Arns.

Fora Bolsonaro

A "Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de direito" foi lida em partes por Eunice de Jesus Prudente, Maria Paula Dallari Bucci e Ana Elisa Liberatore Bechara, professoras da Faculdade de Direito da USP, e pelo jurista Flavio Flores da Cunha Bierrenbach, ex-ministro do Superior Tribunal Militar (STM).

Após a leitura da carta no  Pátio das Arcadas no lado externo da Faculdade do Largo São Francisco, mesmo local onde foi lida a "Carta ao Brasileiros", em 1977, os presentes gritaram "Fora Bolsonaro", em repúdio aos ataques do presidente da República contra a lisura do processo eleitoral.

Atos nas ruas

A parte da tarde será marcada por atos em defesa da democracia e das eleições em quase todas as capitais do país. Veja onde já tem ato marcado e participe: Confira no link abaixo.

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