Escrito por: Luiz Carvalho
Em assembleia nacional de sindicatos dos setores de transportes, Presidente Nacional da CUT, Vagner Freitas, aponta urgência da luta unificada nas paralisações do dia 11 para frear golpe
Ato no dia 11 será enfrentamento ao Estado de Exceção (Fotos: Roberto Parizotti)
Responsável pelo emprego de 4,8 milhões de trabalhadores formais e informais, o setor de transporte também vai parar na próxima sexta-feira (11) em todo o país como parte do Dia Nacional de Greve convocado pela CUT e demais centrais.
Durante assembleia nacional de organizações sindicais do segmento, nesta terça (8), na quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região , o Presidente Nacional da CUT, Vagner Freitas, destacou que a unidade não é opcional para quem enfrenta um Estado de Exceção
“Ou partimos dessa análise ou iremos nos equivocar. Este dia 11 não é mais um dia qualquer feito numa democracia. Fazemos movimento num cenário em que a política bate e arrebenta meninas de 14 e 15 anos porque lutam por educação de qualidade. Vivemos momento em que a justiça não é feita no Brasil, em que o MST é visto como organização criminosa. Eles invadiram a Escola Florestan Fernandes sem mandato com 10 viaturas da polícia civil, deram dois tiros e um dos policiais afirmou que alguém iria morrer ali, eles ou nós. Isso não é regime democrático”, falou.
Necessidade
Para Vagner, a unidade, neste momento, não é opção, mas necessidade. “Para quem insiste em não entender que a única condição que temos de resistir é a unidade das centrais, essa é uma resposta. Para quem acha que, isoladamente, cada um em seu quintal, vai construir uma saída, chamo para unidade para enfrentar o golpe. Precisamos unificar a luta da classe trabalhadora para enfrentar o inimigo enorme que temos pela frente”, apontou ele, diante do ginásio cheio.
O dirigente ressaltou ainda que a luta cotidiana contra esse golpe é fundamental para sobrevivência das próprias centrais e do projeto de desenvolvimento com distribuição de renda.
“Com tudo que fazem com o Lula, com toda as armações, o Lula ganha as próximas eleições. E para evitar isso, têm de destruir os movimentos sociais e sindical. Estão construindo ações contra centrais sindicais e dizendo que utilizam imposto sindical, que tratam como dinheiro público, para fazer ação política”, alertou.
Dois passos
Ao citar e parabenizar a luta dos estudantes em escolas ocupadas e das mulheres, Vagner Freitas disse que, além do próximo dia 11, as centrais também estarão juntas no dia 25 de novembro para trazer também à luta a classe trabalhadora.
“O operário, nossa base, ainda não conseguimos movimentar para enfrentar esse golpe. Ele é todo dia bombardeado com mentiras que a Globo, que defende a reforma da Previdência com a desculpa de não quebrar o modelo, que tem de reformar ensino médio para a escola ficar melhor, que a PEC 241 é boa porque tem a ver com a austeridade, com o controle financeiro que a dona de casa faz. Só que a dona de casa não corta comida, remédio e caderno, e a PEC ataca justamente saúde e educação”, criticou.
Ao conclamar os sindicatos a mobilizarem as bases, Vagner apontou que esse é o único caminho para enfrentar um golpe que não chega mais pela via militar.
“Hoje não é o golpe da espingarda, é da toga, da mídia organizada. O direito de expressão está em risco”, falou.
Puxar o freio
Presidente da CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística da CUT), Paulo Eustasia, disse que o trator do massacre à classe trabalhadora só irá parar quando a classe trabalhadora tomar a frente na luta.
O dirigente disse que no dia 11 as categorias cruzarão os braços entre 0h e 12h, com exceção dos setores essenciais, que cumprirão a obrigação legal de manter 30% da frota em funcionamento.
“Todos sabemos do pacote de maldades na iminência de ser votado no Congresso contaminado, que continua sem representação dos trabalhadores e toca uma reforma para tirar direitos trabalhistas. Sabemos das dificuldades de paralisar, que os empregos são ameaçados pelos patrões, mas cabe aos dirigentes sindicais impedir qualquer tipo de represália para exercer nosso direito de lutar”, falou.