Escrito por: Hora do Povo
A elevação do preço dosprodutos siderúrgicos, majorados pelas empresas que monopolizam o setor noBrasil, pode provocar o aumento da importação de aço para viabilizar o programade modernização de frota da Petrobrás. A Usiminas, única fornecedora no país dechapa grossa para a indústria naval deve reajustar seus produtos em 10,75% noterceiro trimestre.
Em abril, a empresa elevouo preço de seus produtos de 11% a 15%, seguindo a alta de 90% do minério deferro da Vale. Agora, a mineradora já acertou mais um reajuste, de 30% a 35%,para vigorar a partir de 1º de julho.
Segundo a Transpetro,subsidiária de transporte da Petrobrás, serão necessárias 680 mil toneladas deaço para a construção das 49 embarcações previstas no seu programa demodernização da frota (Promef) até 2013. Até agora foram adquiridas 123,6 miltoneladas, faltando ainda comprar 556,4, ou seja, 81% do total.
O aço representa de 20% a30% do custo do navio. De todo o produto adquirido até o momento, 32% veio daUsiminas, mas a empresa já chegou a apresentar preços mais de 50% superiores aode concorrentes estrangeiros, o que levou a Transpetro a buscar fornecedores noexterior. A estatal sempre atua como intermediária entre a siderúrgica e oestaleiro.
A subsidiária da Petrobrásjá foi obrigada a comprar 70% do aço utilizado até agora de países como China,Ucrânia e Coreia do Sul. Em todos os casos, os preços incluíam o frete eficaram abaixo que os da Usiminas.
“A gente vai ter quecontinuar comprando aço para construir navio. Se não for aqui, será em outrolugar”, afirmou o presidente da Transpetro, Sergio Machado, na quinta-feira,durante a cerimônia de lançamento do primeiro navio da Promef construído noEstado do Rio, o Celso Furtado.
A Usiminas foi privatizadaem 24 de outubro de 1991, sendo açambarcada pela japonesa Nippon Steel, aindahoje detentora do controle acionário da empresa. No início do ano passado, aTranspetro já havia denunciado que a Usiminas “defende é a tentativa de usar omonopólio privado nipo-brasileiro para impor preços e condições ao Brasil”. Deacordo com a subsidiária da Petrobrás, “aceitar as condições monopolistas danipo-brasileira Usiminas é o mesmo que arrasar a indústria naval nonascedouro”. Após quase 20 anos apenas fretando navios estrangeiros, a Petrobrás,através da Transpetro, passou a encomendar a construção de navios em territórionacional.