Escrito por: William Pedreira com informações da Confetam e Sindsep-Quixadá
Lideranças de todo o Brasil aprovaram paridade entre homens e mulheres e criação da Secretaria LGBT
Vilani de Souza Oliveira, nova presidenta da Confetam
Durante o Congresso, além da votação de resoluções que foram apresentadas em apoio aos direitos de funcionários públicos municipais e de suas representações sindicais que, em inúmeros municípios, enfrentam a prepotência de governantes avessos à negociação aberta e transparente, foi aprovado por unanimidade o novo regimento interno da Confetam. Destaque para a criação de uma nova Secretaria responsável pelas questões LGBT que terá a frente um quadro político de expressão nacional e internacional, o companheiro Eurian Leite.
Eurian possui uma trajetória singular. Militante da causa LGBT, acreditava que dentro do movimento sindical havia uma aversão ao debate. Mas a partir do projeto de igualdade de oportunidades criado em 2006 pela Internacional dos Serviços Públicos (ISP) e que foca em três eixos (trabalhadores/as jovens, negros/as e LGBT), Eurian conheceu o trabalho do movimento sindical, mudou sua concepção e resolveu travar este debate na sua região, filiando-se ao Sindicato dos Servidores Públicos Municipais do Assú (Sindsep).
Eurian celebra a criação da Secretaria LGBT
Eurian credita a constituição desta Secretaria ao trabalho realizado na ISP. A partir da Secretaria, o dirigente pretende travar o debate sobre a mudança dos planos de cargos e carreiras incluindo os direitos LGBT, remodelação das leis de previdência para estender os mesmos direitos aos casais homoafetivos e o debate sobre a discriminação aos trabalhadores LGBT, em especial com ações sobre HIV/AIDS no local de trabalho e o compromisso de enfrentar a doença.
No âmbito internacional, o dirigente destaca a importância de trabalhar dentro do movimento sindical os marcos legais e entes da OIT, como a campanha internacional que deverá ser lançada no próximo período cujo mote leva como exemplo o próprio trabalho realizado por Eurian: ‘com igualdade de oportunidade, há possibilidade: sou gay, soro positivo e dirigente sindical.’
Paridade – o Congresso também aprovou a paridade entre homens e mulheres na composição da direção da Confetam. Essa é, especialmente, uma vitória histórica das mulheres trabalhadoras do ramo dos municipais.
Para Vilani Oliveira, “tanto na CUT como na Confetam não se admite a sub-representação das mulheres, pois para representar com dignidade a classe trabalhadora com sua devida expressividade, é necessário que a representação da mulher seja, nas entidades sindicais, na exata igualdade. A Confetam ratificou no último Congresso o que já estava amadurecido em sua política: a paridade entre homens e mulheres na direção.”
No Congresso, que contou com a participação de representantes da executiva nacional da CUT, foi apresentada uma mensagem especial aos congressistas encaminhada por Rosa Pavanelli, secretária geral mundial da ISP e realizada uma homenagem a Graça Costa, ex-presidente da entidade e atual secretária de Relações de Trabalho da CUT.