Escrito por: Redação CUT
Um em cada 10 brasileiros mortos pela Covid-19 entre março e 20 de junho não tomaram a 3ª dose da vacina ou haviam tomado no ano passado e já não tinham mais a proteção
As vacinas contra a Covid-19 salvaram pelo menos 20 milhões de vidas entre dezembro de 2020 e dezembro de 2021, segundo pesquisadores do Imperial College London, na Inglaterra. Mesmo assim ainda é alto o número de pessoas que são internadas e morrem sem ter tomado a dose de reforço - a terceira dose - da vacina ou tomaram no ano passado e já não têm mais a proteção, portanto, deveriam ter tomado a quarta dose.
O estudo sobre as mortes evitadas foi publicado na revista Lancet Infectious Diseases e leva em conta todas as doses da vacina contra a Covid-19 aplicadas em 185 países desde o dia 8 de dezembro de 2020.
De acordo com o site de ciência e tecnologia Giz Modo, o estudo sugere que mais de 45% das mortes em países de baixa renda poderiam ter sido evitadas se a meta de cobertura vacinal de 20% estabelecida pela Iniciativa COVAX (Acesso Global às Vacinas da Covid-19) tivesse sido cumprida.
Sem 3ª dose ou com atraso para tomar a 4ª dose, muitos brasileiros continuam sendo internados e morrendo
Entre março e 20 de junho, 30 mil pessoas foram internadas por causa de complicações causadas pela Covid-19. Desse total, 19,5 mil pessoas, o que representa 65% dos casos, não haviam tomado a terceira dose da vacina contra a Covid.
Dos 19,5 mil, 34,7% foram internados mesmo após a terceira dose, mas a maioria das doses de reforço havia sido aplicada ainda em 2021, o que significa que a proteção contra o vírus já era menor ou nem existia.
Somados os que não tomaram a a terceira dose com os que tomaram o reforço no ano passado, 90,7% dos pacientes com Covid-19 internados não tinham proteção contra o vírus.
Entre todos os internados, apenas 9,3% (2.278) tomaram a terceira dose em 2022.
No mesmo período, seis em cada dez, ou 61% das 7.547 pessoas que morreram vítimas da doença, não haviam tomado a terceira dose.
Do total de mortos, cerca de 32% haviam sido imunizados com a terceira dose em 2021, enquanto apenas 5,9% haviam tomado a terceira dose este ano. Ou seja, 93% dos óbitos não tinham a dose de reforço ou a tomaram no ano passado.
A maioria das vítimas tem comorbidades e é idosa, de acordo com levantamento da Info Tracker, plataforma de monitoramento da pandemia ligada à USP (Universidade de São Paulo) e à Unesp (Universidade Estadual Paulista), que compilou os dados a pedido do UOL.