Velórios sobem 400% após privatização dos serviços funerários na capital de SP
Quatro empresas que ganharam concessões para administrar o serviço funerário na capital de São Paulo reajustaram a taxa de enterro em 464%; caixões mais baratos subiram 357%, entre outros reajustes
Publicado: 23 Março, 2023 - 13h27 | Última modificação: 23 Março, 2023 - 13h36
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Rosely Rocha
Enterrar um ente querido em São Paulo (SP) está mais caro depois que quatro empresas privadas passaram a administrar os serviços funerários em 22 cemitérios e no crematório da Vila Alpina, na capital de São Paulo, na gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB-SP).
As concessionárias Consolare, Cortel, Grupo Maya e Velar que assumiram os serviços funerários no último dia sete de março deste ano, com permissão de até 25 anos de exploração, já reajustaram os preços de caixões, taxas e paramentos litúrgicos. O velório mais simples que poderia ser realizado por R$ 299,85 agora sai por R$ 1.443,74 —salto de cerca de 400%, segundo levantamento feito pelo jornal Folha de São Paulo.
Para quem não tem direito ao funeral social de R$ 755 (antes as famílias tinham direito a R$ 566), oferecido a quem tem renda de até três salários mínimos, todo o conjunto de objetos utilizados para um enterro teve aumento estratosférico.
O aluguel de paramentos litúrgicos subindo de R$ 5,83 para R$ 68,84 – reajuste de 1080%.
A taxa mínima de sepultamento subiu de R$ 17,94 para R$ 101,35, aumento de 464%.
O caixão de preço básico foi de R$ 147,14 para R$ 672,17, alta de 357%
Por outro lado, a família que tiver dinheiro e optar por um enterro de “luxo” vai pagar menos, pois os preços foram reduzidos, enquanto os pobres pagam mais. O valor do caixão mais caro na tabela do serviço municipal caiu de R$ 5.584,71 para R$ 2.863,78.
Variações em torno de 400% também ocorreram no preço do aluguel de carro funerário, da sala de velório, velas, enfeites florais e da exumação.
Como ficou a divisão dos serviços funerários em SP
Concessionária Consolare administra os cemitérios da Consolação, Quarta Parada, Santana, Tremembé, Vila Formosa 1 e 2 e Vila Mariana
A Cortel administra os serviços dos cemitérios do Araçá, Dom Bosco, Santo Amaro, São Paulo e Vila Nova Cachoeirinha.
O grupo Maya ficou com os cemitérios do Campo Grande, Lageado, Lapa, Parelheiros e Saudade.
A concessionária Velar toma conta dos cemitérios da Freguesia do Ó, Itaquera, Penha, São Luiz, São Pedro e Vila Alpina (crematório).
As empresas também têm direito de lucrar com locação de estacionamento e espaços (como, por exemplo, lanchonetes), publicidade, eventos culturais e visitas guiadas.