Escrito por: CUT-RS

Vereadores de Porto Alegre aprovam moção em defesa do Banrisul público e estatal

O texto aprovado em Porto Alegre não é o único a ser encaminhado no Estado. No interior gaúcho, sindicatos e Fetrafi-RS estão encaminhando moções de solidariedade ao Banrisul

CUT-RS

Uma moção em defesa do Banrisul público e estatal foi aprovada por ampla maioria, durante a sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Porto Alegre (RS) realizada na tarde desta quarta-feira (4).

A proposta foi protocolada pelo vereador Everton Gimenis (PT), que foi empossado na última segunda-feira (2) e está ocupando a cadeira da vereadora Laura Sito (PT), em licença para tratar de assuntos particulares.

Gimenis, que é vice-presidente da CUT-RS e diretor do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, saudou os funcionários do Banrisul e demais bancários presentes na galeria do plenário da Casa e destacou a necessidade da luta contra a privatização do banco que injeta milhões de reais nos cofres públicos do Estado..

“Depois que a maioria da Assembleia Legislativa rasgou a Constituição Estadual do Rio Grande do Sul e aprovou a PEC 280, que acaba com o plebiscito para a privatização do Banrisul, Corsan e Procergs, o governo gaúcho não precisa mais consultar o povo para entregar o Banrisul para as garras da iniciativa privada, o que facilita a venda de um dos nossos maiores patrimônios", disse o vereador.

"O que querem fazer com o banco é o que fizeram com a CEEE. Hoje, a cada vez que chove, deixa centenas de trabalhadores sem energia elétrica”, afirmou o parlamentar ao demonstrar o resultado nefasto das privatizações no RS.

O vereador explicou que, conforme o plebiscito popular realizado no ano passado, mais de 90% das pessoas responderam que são contra a venda do Banrisul.

“O ex-governador Eduardo Leite (PSDB) foi contra a privatização do banco durante sua campanha ao Piratini, pois sabia que, se divulgasse abertamente sua opinião, poderia ter colocado sua eleição em risco. O povo gaúcho sabe da importância do Banco do Estado do Rio Grande do Sul, uma instituição que une colorados e gremistas”.

Para Gimenis, apesar de terem tirado da população o direito de decidir, a grande maioria dos trabalhadores sabe da importância do Banrisul. “Parte do seu lucro pode ser utilizado em projetos de fomento da economia e de setores estratégicos para o nosso progresso social. Portanto, estamos aqui em nome de toda categoria bancária e dos cidadãos da nossa cidade, dizendo não à entrega do banco para a iniciativa privada”, pontuou Gimenis, ao defender a moção na tribuna da Câmara.

Mais câmaras municipais votam moções em apoio ao Banrisul

O texto aprovado em Porto Alegre não é o único a ser encaminhado no Estado. No interior gaúcho, sindicatos e Fetrafi-RS estão encaminhando moções de solidariedade ao Banrisul para serem votadas pelos legislativos municipais.

Para a diretora da Fetrafi-RS, Denise Corrêa, é fundamental a mobilização da sociedade contra as privatizações, sobretudo dos bancos públicos, que permitem a regulação de taxas de juros abusivas e que financiam políticas públicas nas áreas de saúde, segurança e educação.

A privatização de um banco como o Banrisul deve prejudicar a todos, sobretudo aos mais pobres, uma vez que os recursos que hoje vão para os cofres públicos do Estado seriam todos abocanhados pela iniciativa privada. Vender o Banrisul é encher ainda mais os acionistas de dinheiro, deixando o povo com investimentos ainda mais reduzidos para os serviços públicos de que necessita. Só com um Banrisul, uma Caixa Econômica Federal e um Banco do Brasil estatais é que poderemos diminuir desigualdades e garantir um futuro próspero para a nossa sociedade”, avaliou Denise, que acompanhou a sessão..

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